ASSOCIAÇÃO ESTIMA PERDA DE ATÉ R$ 2,8 BILHÕES

"Empresas que estão vindo para o Brasil vão desistir": ANJL diz que governo irá perder arrecadação se aumentar imposto sobre bets

15-07-2025
Tempo de leitura 2:10 min

Representantes de casas de apostas online devem apresentar, nesta semana, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), um relatório com a estimativa de uma perda de até R$ 2,8 bilhões em arrecadação caso o governo avance com a proposta de aumentar a tributação das bets, revelou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

A projeção é da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), que calcula uma perda de R$ 2,4 bilhões apenas com a taxa de outorga que empresas em processo de autorização deixariam de pagar. A entidade avalia que muitas operadoras podem desistir de entrar no mercado brasileiro diante da insegurança com possíveis novos aumentos de carga tributária.

Além disso, a ANJL estima um prejuízo adicional de até R$ 400 milhões com a não realização dos depósitos em títulos públicos federais, exigência do processo de legalização das operadoras. No total, o impacto seria de R$ 2,8 bilhões aos cofres públicos, registra a matéria da Folha de S. Paulo.

Em junho, o governo editou uma medida provisória (MP) propondo uma elevação de 50% na alíquota da tributação de apostas, saltando dos atuais 12% para 18% do Gross Gaming Revenue (GGR). A medida faz parte de um pacote para compensar a perda de arrecadação após o recuo na alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Desde que a possibilidade foi levantada, o setor é crítico ao aumento e aponta para o risco de desestímulo à formalização das operadoras. O presidente da ANJL, Plínio Lemos Jorge, considera que o caminho ideal para o governo elevar a arrecadação seria estimular a migração de sites ilegais para o mercado regulado.

“Chega um ponto em que o ilegal começa a ter vantagens competitivas. Neste momento, não podemos fazer esse movimento de aumentar [imposto], porque vamos começar a perder mercado. Empresas que estão vindo para o Brasil vão desistir. Empresas que já estão reguladas podem também parar a operação”, afirma Jorge em entrevista à Folha de S. Paulo.

Plínio Lemos Jorge, presidente da ANJL (imagem: divulgação) 

Atualmente, mais da metade do mercado nacional de apostas online opera na ilegalidade
, provocando prejuízos bilionários aos cofres públicos e expondo consumidores a riscos. É o que mostra o estudo inédito “Fora do Radar: Dimensionamento e impactos socioeconômicos do mercado ilegal de apostas no Brasil”, elaborado pela LCA Consultores em parceria com o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) Instituto Locomotiva.

Na semana passada, Haddad defendeu o aumento da carga tributária sobre as bets, argumentando que essas empresas “estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui”.

Ao ser questionado sobre a fala do ministro, o presidente da ANJL disse que “quando o ministro fala das empresas lá fora, significa que são empresas que não têm licença no Brasil", de acordo com a Folha de S. Paulo.

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