Entre janeiro e setembro, 25 milhões de apostadores ativos foram contabilizados no sistema oficial da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda, indicam dados obtidos pela Pay4Fun por meio de pedido realizado pela empresa via Lei de Acesso à Informação (LAI).
O mercado legalizado movimentou R$ 27,7 bilhões apenas em Gross Gaming Revenue (GGR) no período, com arrecadação de R$ 3,327 bilhões em tributos federais, correspondente à alíquota de 12% prevista na lei das apostas. No total de tributos cobrados pelo governo, o valor sobe para mais de R$ 7,9 bilhões até outubro, segundo divulgação pela Receita Federal.
Conforme os dados obtidos pela Pay4Fun, 68,3% dos apostadores ativos são homens, enquanto 31,7% são mulheres. O recorte por faixa etária, porém, não foi divulgado. A SPA afirmou que as informações por idade ainda não estão totalmente consolidadas e exigiriam "esforço adicional de tratamento", inviável dentro do prazo legal.
A distribuição da arrecadação federal foi feita desta maneira:
"Os novos dados mostram a verdadeira escala do mercado regulado no Brasil. Quando o país coloca luz sobre números como arrecadação, perfil dos apostadores e destino dos recursos, todo o ecossistema ganha: o governo arrecada mais, o consumidor tem mais segurança e as empresas sérias conseguem operar em um ambiente competitivo e previsível", diz Leonardo Baptista, CEO e cofundador da Pay4Fun.
A atuação dos operadores clandestinos, no entanto, ainda é um desafio. De acordo com o estudo “Fora do Radar: Dimensionamento e impactos socioeconômicos do mercado ilegal de apostas no Brasil”, elaborado pela LCA Consultores em parceria com o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) e Instituto Locomotiva, mais da metade do mercado nacional de apostas online opera na ilegalidade, provocando prejuízos bilionários aos cofres públicos e expondo consumidores a riscos.
Segundo o levantamento, entre 41% e 51% das apostas feitas no Brasil ocorrem em plataformas não regulamentadas. Essa atuação ilegal provocou, apenas no segundo trimestre do ano, uma perda fiscal (ou seja, valor que o governo deixou de arrecadar) estimada entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,7 bilhões. Em 12 meses, o rombo pode atingir R$ 10,8 bilhões.