CEO E COFUNDADOR DA PAY4FUN

Leonardo Baptista: "Pix é, sem dúvida, o meio dominante no segmento de apostas no Brasil"

Imagem: divulgação
31-07-2025
Tempo de leitura 3:33 min

O mercado regulado de apostas online no Brasil completou seis meses em julho, período marcado por transformações para operadores, instituições financeiras e usuários. Entre os principais impactos da regulamentação estão as novas exigências de verificação de identidade, a queda inicial no volume de transações e a pressão para garantir transparência e segurança no setor.

Na avaliação de Leonardo Baptista, CEO e cofundador da Pay4Fun — instituição de pagamento autorizada pelo Banco Central que atua no segmento de jogos online —, o início foi desafiador, mas necessário para consolidar um ambiente legal e confiável. Em entrevista ao Yogonet, ele destaca que, após o período de adaptação, os números já voltaram aos patamares anteriores e a expectativa é de crescimento ainda em 2025.

A seguir, o executivo comenta os principais desafios operacionais enfrentados pela empresa, as ferramentas adotadas para prevenção à lavagem de dinheiro, o protagonismo do Pix nas transações e os próximos passos da Pay4Fun no setor.

O mercado regulado de apostas online no Brasil completou seis meses. Do ponto de vista das instituições de pagamento, como você avalia esse começo? Acredita que o país tem caminhado bem ou ainda há muitos desafios?

O começo foi desafiador, mas esperado. Com a regulamentação, vimos uma queda no volume transacional nos primeiros meses, justamente por conta das novas exigências para os usuários: envio de documentos, provas de vida, processos de verificação mais rígidos. Isso gerou um impacto, especialmente porque o mercado ilegal continuou ativo, oferecendo uma experiência menos burocrática. Muitos apostadores migraram para essas plataformas ilegais nesse momento de adaptação.

No entanto, já temos uma recuperação consistente, com números voltando ao patamar pré-regulamentação e uma expectativa positiva para crescimento neste ano.

O Brasil deu passos importantes ao trazer transparência e segurança ao setor, atraindo grandes players internacionais e legitimando o mercado. Mas os desafios persistem, principalmente na fiscalização do mercado ilegal e no fortalecimento da colaboração entre o Banco Central, SPA [Secretaria de Prêmios e Apostas] e instituições de pagamento para garantir que a regulamentação seja efetiva.

Quais foram as principais barreiras operacionais ou tecnológicas encontradas pela Pay4Fun para oferecer soluções específicas ao segmento de apostas online?

O principal desafio sempre foi estruturar um sistema financeiro eficiente e seguro para um mercado que antes operava offshore e sem transparência. Antes da Pay4Fun, as transações eram caras e complexas, chegando a consumir até 20% do faturamento em taxas.

Nosso esforço inicial foi desenvolver internamente uma tecnologia própria capaz de atender às demandas do setor, com foco em segurança, compliance e agilidade.

Esse modelo exige, por exemplo, duas contas por operador — uma para o dinheiro dos jogadores e outra para os recursos da casa de apostas — para garantir clareza e transparência no fluxo financeiro, conforme a legislação.

Além disso, adotamos processos rigorosos para validar nossos parceiros, o que, por vezes, nos faz recusar negócios para manter a conformidade e evitar riscos.

Como a Pay4Fun lida com a prevenção a fraudes e lavagem de dinheiro neste setor? Há ferramentas ou parcerias específicas que vocês estão adotando?

Desde o início, a Pay4Fun tem atuado de forma alinhada às diretrizes do Banco Central e às melhores práticas de compliance do setor. Adotamos processos rigorosos de KYC (Know Your Customer) e KYM (Know Your Merchant), incluindo verificação documental, reconhecimento facial, análise de listas restritivas e validação da integridade dos operadores parceiros.

Nosso modelo operacional — que mantém ambientes segregados para jogadores e casas de apostas — representa uma camada adicional de prevenção a fraudes. Contamos com um time especializado que, por meio da análise comportamental dos usuários, estabelece parâmetros de segurança, presta suporte contínuo aos Merchants e reforça nossos altos padrões de controle.

Com a digitalização, você enxerga o surgimento de novas formas de pagamento (Pix, wallets, criptomoedas) se consolidando no segmento de apostas? Como a empresa se posiciona?

O Pix é, sem dúvida, o meio dominante e regulado no segmento de apostas no Brasil. Desde 2021, a Pay4Fun opera 100% via Pix, o que garante agilidade e segurança nas transações.

Quanto às criptomoedas, o cenário regulatório ainda não permite a adoção segura no mercado de apostas. Além disso, o Pix cumpre o papel de garantir rastreabilidade e controle que o setor precisa.

Nosso posicionamento é claro: operar dentro das regras, utilizando o PIX como pilar central, garantindo transparência, segurança e conformidade.

Vocês pretendem lançar algum produto ou funcionalidade até o fim de 2025? Se sim, poderia nos adiantar o que vem por aí? Se não, poderia citar os próximos eventos que a Pay4Fun estará presente apresentando suas soluções?

Sim, estamos investindo fortemente em experiência e usabilidade, com foco em melhorias e novas funcionalidades dentro do nosso ambiente. Em breve, essas novidades devem ser lançadas no mercado. Também temos planos de expandir nossa atuação para além das apostas, explorando outros segmentos relacionados ao entretenimento.

Além disso, continuaremos marcando presença em eventos estratégicos, como o SAGSE Paraguai (5 a 7 de agosto), CGS Recife (21 e 22 de agosto), SBC Summit Portugal (16 a 18 de setembro), G2E Las Vegas (6 a 9 de outubro) e SIGMA Milão (11 a 14 de novembro).

Essa agenda reforça nosso compromisso em diversificar e consolidar nossa presença no setor ao longo de 2025.

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