Quase um ano após o início do mercado regulamentado de bets no Brasil, tópicos como o combate à indústria clandestina e a responsabilidade e transparência no setor têm sido debatidos, inclusive no que se refere à atuação dos criadores de conteúdo.
O influenciador Daniel Fortune, com mais de 390 mil seguidores nas redes sociais, chamou atenção para a necessidade de levar informação de qualidade ao público a partir de uma comunicação ética.
“Mostrar só vitórias é vender um personagem que não existe. No jogo, existem dias bons e ruins. Por isso eu faço questão de mostrar, durante as lives que faço, as perdas que tenho nas plataformas. Porque essa é a realidade do jogo, e assim evita-se que as pessoas entrem num ciclo perigoso de sucessivas perdas e de tentar recuperar a qualquer custo”, afirmou o influenciador durante participação no Debate Bet, programa patrocinado pela Suprema Bet e apresentado pelo narrador esportivo Nivaldo Prieto, em edição publicada no dia 28 de novembro.
Ao lado de Mariana Kannebley, diretora de marketing da Todos Querem Jogar, e Ricardo Feijó, presidente da comissão de apostas da OAB Paraná, Daniel defendeu que os influenciadores devem ter um compromisso com a construção de um ambiente mais seguro, ao desmistificar narrativas que romantizam ganhos fáceis e que vendem as apostas como forma de enriquecimento.
Com o projeto nas redes sociais criado para combater a desinformação no setor, ele reforçou a importância de mostrar a realidade do mercado, além da necessidade do controle emocional e financeiro, a fim de evitar riscos.
“Nosso papel é educar o público e mostrar que é possível ter uma relação saudável com o jogo. Muita gente entra nesse universo com informações distorcidas e expectativas irreais, e isso abre espaço para frustração e risco. O que fazemos é trazer clareza: jogo é entretenimento, não promessa de renda. Quando o jogador entende isso, ele aproveita com mais segurança e responsabilidade”, afirmou.
Além dos conteúdos educativos nas redes sociais, o influenciador também mantém uma estrutura inédita de apoio ao jogador no Brasil entre os influenciadores, conectando sua comunidade a serviços de acolhimento psicológico por meio de parcerias com o Instituto de Apoio ao Apostador (IAA) e com a Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC). É realizada uma abordagem proativa em que os apostadores são encaminhados para as instituições especializadas.
Imagem: FreepikA partir das parcerias com as instituições, o influenciador também costuma transmitir mensagens especializadas, vindas de psicólogos e de outras autoridades no assunto. “A live não é só para jogar. É para conversar, ouvir, orientar e mostrar caminhos saudáveis. Trazer psicólogos, especialistas e instituições para o debate amplia o entendimento do público e quebra mitos que ainda circulam no mercado. A informação protege, e quando o jogador entende o funcionamento real do jogo, ele participa de forma muito mais consciente.”
Dentro das mensagens transmitidas ao público, o influenciador também destacou incentivar a comunidade a manter uma rotina saudável, desde exercícios físicos, interações sociais e outras formas de lazer, de modo a cultivar bons hábitos e também impedir que as apostas sejam enxergadas como a única forma de entretenimento das pessoas.
“Não existe jogo saudável sem uma vida equilibrada. Incentivamos esporte, rotina, lazer e autocuidado porque isso impacta diretamente na forma como a pessoa lida com o jogo”, pontuou.
Outro dos pontos abordados também foi o risco das plataformas clandestinas, que ainda atuam de forma agressiva no país, muitas vezes como sites espelhados em empresas legalizadas, expondo jogadores a fraudes e golpes.
“A principal dificuldade ainda é fazer o público entender a diferença entre uma plataforma regulamentada e uma clandestina. Sites ilegais por diversas vezes imitam os regulamentados pelo Governo Federal, usam domínios parecidos e até copiam dados para enganar o consumidor. A educação sobre isso é fundamental, porque essa escolha define o nível de segurança do jogador. No mercado legal, existe proteção, fiscalização e direitos; no clandestino, o jogador está completamente vulnerável.”
Para amplificar a mensagem do combate ao mercado clandestino, o influenciador juntou-se ao Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) em meio à campanha nacional de conscientização “Chega de Bode na Sala”, lançada em setembro com o intuito de combater o avanço das bets clandestinas.