Inspiradas na atuação coordenada do setor bancário, empresas de apostas online e prestadores de serviços ligados ao setor estão articulando a criação de uma federação única para representar os interesses do mercado, informou a Folha de S. Paulo.
A iniciativa surge em resposta direta à proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de aumentar a taxação das apostas, o que acendeu o alerta sobre a fragmentação atual do setor e a dificuldade de negociação com o governo federal.
Ainda sem nome oficial, o projeto já circula nos bastidores como “Febrabet” — uma referência direta à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) . A federação dos bancos tem sido citada como modelo por seu poder de articulação em pautas comuns, mesmo entre instituições com interesses distintos. Um exemplo recente foi a reunião entre a Febraban e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, que sinalizou abertura para discutir alternativas ao decreto que elevou o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF).
Segundo a Folha, a proposta da nova entidade é unificar as representações do mercado de apostas, atualmente dispersas entre diferentes associações, e ampliar o poder de influência em Brasília. Entre os nomes cogitados para liderar o processo estão: Amilton Noble (Hebara), Ana Bárbara Teixeira (Abrajogo), Ana Clara Barros (Aidiglot), Bárbara Teles (Stake), Hugo Baungartner (Esportes da Sorte), Leonardo Baptista (Pay4Fun), Magnho José (BNLData) e Natalia Nogues (Control F5).
Hoje, a multiplicidade de vozes do setor tem dificultado ações coordenadas, especialmente diante de medidas que afetam diretamente os negócios das bets. A percepção geral é que, sem uma frente única, o setor de apostas online seguirá em desvantagem nas negociações com o Executivo e o Congresso Nacional.