O diretor jurídico da Esportes da Sorte, Gabriel Oliveira, criticou a Operação Integration, que tem a casa de apostas como um dos alvos e estaria, em sua visão, prestando um “desserviço à nação”.
Como repercutido pelo Yogonet, a Polícia Civil de Pernambuco suspeita que a empresa esteja envolvida em lavagem de dinheiro e prática do jogo do bicho. O CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, foi preso na quinta-feira, dia 5 de setembro.
“A situação dos últimos dias, deflagrada pela Operação Integration, presta um desserviço à nação e atenta contra o que deveria ser a sua finalidade, a verdade. Somos 'culpados' pela transparência. Somos 'culpados' por termos comprovações e funcionarmos dentro da legalidade, inclusive com toda a operação financeira sendo feita através de instituições íntegras e com procedimentos homologados pelo Banco Central”, alega Oliveira, em vídeo publicado no domingo, 8 de setembro.
Confira abaixo o pronunciamento completo:
A mensagem do diretor jurídico vai ao encontro do discurso adotado em uma carta do CEO na semana passada: a alegação de que todas as atividades da empresa são lícitas.
No vídeo, Oliveira afirma ainda que a situação coloca em risco os empregos gerados pelo setor de apostas.
“Não se trata apenas de Esportes da Sorte e seus dirigentes, as primeiras vítimas dessas suposições. Estão atentando contra milhares de empregos gerados pelo setor, macularam contra o sustento de pessoas comprometidas, profissionais das mais diversas áreas. Pais, mães, avós e filhos. Mas seguimos confiantes nas pessoas sérias, imparciais e comprometidas com a verdade que integram tão honradas instituições. Dizem que o prejuízo à nossa imagem será irreparável, fato este que discordamos com veemência. Sairemos muito mais fortes”, diz o diretor jurídico.
Patrocinadora do Corinthians, do Grêmio, do Athletico Paranaense e do time feminino do Palmeiras, a Esportes da Sorte tem registro em Curaçao e está entre as empresas que fizeram pedido de licença federal no Sistema de Gestão de Apostas (SIGAP) para atuar no mercado regulamentado.
Segundo o Estadão, o início das investigações foi em dezembro de 2022. Nessa data, foram apreendidos cerca de R$ 180 mil em espécie na banca Caminhos da Sorte, em Recife (PE). O dinheiro estaria ligado ao jogo do bicho, segundo as autoridades.
“Dos documentos apreendidos, destaca-se um caderno com o nome da Rayssa, o qual há anotações diárias das apostas e dos prêmios pagos do jogo do bicho e do futebol (Esportes da Sorte), canhotos de aposta com o timbre da banca Caminho da Sorte e Esportes da Sorte, contabilidade de algumas lojas físicas da Esportes da Sorte, tudo demonstrando a relação umbilical entre as duas modalidades tipificadas como contravenção penal (jogo do bicho e jogo de azar)”, diz o relatório policial obtido pelo Estadão. Não é esclarecido, no entanto, quem seria a Rayssa mencionada no texto.
A partir dessa suspeita de conexão com o jogo do bicho, as autoridades se aprofundaram na investigação da Esportes da Sorte. O relatório descreve que Darwin Filho teria levado a Fortaleza (CE) uma nova modalidade de jogo do bicho informatizado.
A polícia alega que há indícios suficientes de que o dinheiro “oriundo do jogo do bicho (Caminho da Sorte) e jogos de azar esportivo e cassino (plataforma Esportes da Sorte) esteja sendo lavado nos diversos patrocínios que a plataforma celebrou contrato, ultrapassando a casa das dezenas de milhões de reais, bem como em imóveis e carros de luxo e outras empresas de propriedade dos investigados e pessoas físicas próximas a eles”.