Argentina: "Mendoza tem um setor que começa a operar e a arrecadar; conseguimos regularizar o que já existia"

Em uma entrevista exclusiva à Yogonet, Ida López, diretora do Instituto Provincial de Jogos e Cassinos de Mendoza, na Argentina, resumiu a situação atual da província, seis meses após o início das operações das apostas online.

Ela também detalhou os primeiros resultados, explicou a situação das duas operadoras que estão prestes a se juntar às três já em atividade e avaliou que, para conceder as duas licenças restantes e, assim, chegar a sete operadoras autorizadas, é necessário ter um mercado estabilizado.

Qual é a avaliação que você pode fazer, com base nos primeiros seis meses de operação com três licenças em funcionamento, após o processo licitatório e regulatório pelo qual passou a província de Mendoza?

O balanço é muito positivo, em geral. A verdade é que essas empresas conseguiram operar muito bem. Temos três licenças em operação, e há mais duas que estão progredindo em direção a essa meta, porque os tempos de implementação foram diferentes em cada caso.

Nos próximos dias, teremos mais uma das operadoras online e, em seguida, a quinta. Quanto ao início das operações em si, foi muito mais tranquilo do que esperávamos: com pouquíssimos problemas iniciais, que foram rapidamente resolvidos. Hoje temos um setor que está começando a operar e a gerar receita para a província. Conseguimos colocar o que já estava em vigor em uma estrutura legal.

Com base em suas expectativas anteriores em termos de arrecadação e operação, os resultados estão dentro do que você esperava?

Os valores estão dentro da expectativa para uma etapa inicial na província de Mendoza. A verdade é que não tivemos nenhuma surpresa, nem para melhor nem para pior, digamos assim. É o que esperávamos para um lançamento.

E em relação às duas operadoras que estão faltando... Quando elas começarão a operar?

Essas empresas têm prazos de implementação que propuseram em sua oferta e precisam cumprir rigorosamente esses prazos. Um deles é iminente, antes do final do ano, e o outro estaria em operação nos primeiros meses de 2024. Elas estão trabalhando para isso.

O regulamento fala de sete licenças. A decisão para as duas operações que ainda precisam ser concedidas tem a ver com os resultados dessas cinco primeiras em operação? Há uma decisão política para conceder as duas licenças no próximo ano ou em um prazo específico?

Não, a decisão tem a ver com o fato de que nos pareceu que, para um início de operações, cinco licenças para a província de Mendoza era muito bom, no que avaliamos ser o mercado naquele momento.

Portanto, achamos importante começar, não com o total permitido por lei, mas com apenas cinco. Quando a gestão for avaliada e o governo entender isso, poderemos emitir novas licenças, embora não haja um prazo previsto.

Hoje, o mercado parece estar pronto para isso, e acho que tomamos a decisão certa, até que esteja funcionando e todos (tanto as operadoras quanto nós) estejam totalmente operacionais. A verdade é que tivemos uma boa experiência quando as operadoras online começaram a funcionar. Agora, temos que esperar até que todas as cinco estejam em pleno funcionamento para avaliar e decidir sobre essas questões.

Nas últimas semanas, falou-se muito sobre jogos responsáveis e limitação das operadoras, para não permitir publicidade agressiva ao público. No caso da província de Mendoza, como você planeja lidar com essa questão e o que viu até agora? Você acredita que há um trabalho responsável por parte das operadoras ou acha que existe um estímulo excessivo aos jogos de azar?

Acho que, pelo menos em nível provincial, temos visto um trabalho responsável por parte das operadoras. Previmos isso quando elaboramos a lei.

Um código de publicidade responsável baseado no código da Comunidade Econômica Europeia já estava previsto no projeto de lei e as operadoras o estão cumprindo. Não vimos nenhum excesso, como ocorreu em todo o mundo. 

Acho que as próprias operadoras estão cuidando para que isso não aconteça, e estamos fazendo nosso trabalho para evitar chegar a um caos publicitário que nos forçaria a restringir esse aspecto do negócio. Acredito que, entre o público e o privado, estamos tentando não deixar que o excesso ocorra. Por enquanto, não está acontecendo: a publicidade não está sendo agressiva e esperamos que continue assim.