Após o incômodo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da percepção negativa nas redes sociais, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) também criticaram o anúncio de que a Caixa Econômica lançará sua bet oficial em novembro.
“O papel da Caixa é a promoção do desenvolvimento social por meio do fomento a políticas públicas, do pagamento de benefícios sociais, do crédito habitacional e do financiamento estudantil. Uma bet da Caixa vai na contramão desta missão e do discurso crítico do governo às apostas esportivas”, afirmou o diretor executivo do Sindicato, Chico Pugliesi, em publicação no site da entidade.
O texto também cita um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a AGP Pesquisas, que revelou que 63% de quem aposta no país teve parte da renda comprometida com as bets. Outros 19% pararam de fazer compras no mercado e 11% não gastaram com saúde e medicamentos.
Na mesma linha, a Fenae afirmou, em seu site oficial, que a entrada da Caixa nesse mercado "representa um desvio preocupante de sua missão social".
“Não é papel de um banco público incentivar esse tipo de jogo. A Caixa é patrimônio do povo brasileiro e deve continuar a ser instrumento de inclusão e justiça social, não de especulação e risco”, destacou o presidente da federação, Sergio Takemoto.
A expectativa é que, nos próximos dias, Lula se reúna com o presidente da estatal, Carlos Antônio Vieira, para discutir o tema. O motivo do desconforto está ligado ao fato de que a estreia da bet coincide com o momento em que o governo faz críticas às apostas online e busca maneiras de elevar a tributação sobre o setor após a tentativa frustrada com a medida provisória (MP) 1.303.