Período da noite concentra maior volume de apostas em bets, diz estudo

A noite é o período preferido dos apostadores brasileiros. É o que mostra o Relatório de Visão do Mercado do 3º Trimestre de 2025, produzido pela Paag, empresa de tecnologia e pagamentos que atua como hub de soluções financeiras para o setor de iGaming.

Segundo o levantamento, o horário entre 18h e 23h concentra 38% de todo o volume de transações, configurando o principal pico diário de uso e engajamento nas bets. Já as manhãs, das 6h às 11h, registram o maior valor médio por operação.

Os dados consideram as transações financeiras processadas pela Paag entre julho e setembro de 2025 nas plataformas de apostas que utilizam a empresa como meio de pagamento, o que representa uma amostra de cerca de 30% do mercado. 

O relatório mostra que o ciclo diário dos apostadores segue dois padrões distintos: enquanto as noites são marcadas por alta frequência e volume de apostas, as manhãs concentram operações de maior qualidade e ticket médio mais alto. A faixa da tarde (12h às 17h) mantém equilíbrio entre valor e frequência, sustentando o fluxo total de uso. A madrugada (0h às 5h) representa o período de menor atividade e engajamento.

De acordo com João Fraga, CEO da Paag, a análise reforça como os ciclos de comportamento dos usuários acompanham a rotina financeira pessoal. “Esses padrões ajudam a entender o ritmo de operação do setor e a planejar estratégias de desempenho e responsabilidade”, afirma.

Início do mês tem maiores valores apostados enquanto segunda quinzena tem mais volume

O estudo também observou que o comportamento mensal dos usuários reflete o ciclo financeiro individual. Nos primeiros quinze dias do mês, há maior concentração de valor transacionado, enquanto a segunda metade apresenta mais volume de apostas, mas com tickets menores. Entre os dias 16 e 23 ocorre o pico de frequência nas plataformas, e os últimos dias do mês 30 e 31 representam o ponto de menor atividade.

Apostas de até R$ 50 dominam o volume, mas acima de R$ 100 concentram 80% do montante

As apostas de até R$ 50 representam 71% do volume total processado pela Paag entre julho e setembro de 2025. Apesar disso, cerca de 80% do valor financeiro movimentado vem de operações acima de R$ 100, um modelo que combina alto volume de pequenas apostas com grande concentração de receita em transações médias e altas.

As apostas de até R$ 20 responderam por 44,2% do volume e 7,3% do valor total. As de R$ 100 a R$ 1.000, embora representem 11,7% das operações, concentraram 42,3% do valor transacionado. Já as apostas acima de R$ 1.000 corresponderam a apenas 0,5% do volume, mas responderam por 20,2% do montante financeiro.

Faixa de 25 a 49 anos concentra quase 80% das operações

O público de 25 a 49 anos segue como o principal grupo do setor, representando 76% do volume e 78,5% do valor total. Dentro dessa faixa, os usuários de 25 a 34 anos registram o maior ticket médio.

A parcela de 50 a 64 anos mantém uso recorrente, mas com valores menores. Já o público acima de 65 anos representa menos de 1% das transações, embora concentre apostas de valor individual mais alto.

São Paulo e Bahia seguem líderes em engajamento

Entre as regiões, São Paulo permanece como o principal mercado, com 25,1% do volume e 23,9% do valor total transacionado. Bahia e Sergipe aparecem na sequência, com a segunda maior taxa de engajamento per capita, cerca de 17 mil apostas por 100 mil habitantes nos dois locais. Já Paraná, Santa Catarina e estados do Centro-Oeste, como Distrito Federal e Goiás, apresentaram o maior ticket médio nacional.

Dados mais precisos e maturidade operacional

O trimestre também registrou melhora expressiva na qualidade dos cadastros, com a redução da categoria “desconhecida” para apenas 0,2% do total, contra 9,5% no período anterior. A melhoria reflete maior confiabilidade das análises e maturidade no uso de dados estratégicos.

O relatório conclui que o terceiro trimestre de 2025 reforçou o amadurecimento do mercado de apostas, com comportamento previsível, maior engajamento noturno e melhor qualidade dos dados processados pela Paag.