ANÁLISE DE BEATRIZ GIMENEZ COSTA

“Já achei menor de idade divulgando casa de apostas clandestina”: advogada alerta sobre bets ilegais

Imagem: Freepik
01-10-2025
Tempo de leitura 2:25 min

O combate às bets clandestinas segue como um dos principais focos da indústria regulamentada. Nas plataformas que operam na clandestinidade, existem até mesmo exemplos de crianças e adolescentes que fazem publicidade, apesar da prática ser proibida. É o que alerta a vice-presidente da Comissão de Apostas e Jogo Responsável da OAB-SP, Beatriz Gimenez Costa.

Em entrevista ao podcast Debate Bet, publicada na última sexta-feira, 26 de setembro, a advogada detalhou o trabalho junto ao influenciador Daniel Fortune, com quem mantém parceria, e chamou a atenção para a divulgação de bets clandestinas. 

“Uma parte do meu trabalho é encontrar links de influenciadores que estão fazendo divulgação de casas clandestinas para que a gente consiga barrar [ao realizar  denúncias diretamente a plataformas como a Meta]. Ontem mesmo achei o Instagram de uma menor de idade fazendo divulgação de uma casa clandestina", revelou.

 “Hoje a gente vê que há influenciadores fazendo promessas que não existem, ostentando carros muito luxuosos. E tudo isso não dá mais, porque é uma ideia de ostentação que não é real. As apostas são entretenimento, é para ser divertido, e não para achar que vai ficar rico”, complementou Costa.

Beatriz Gimenez Costa (imagem: divulgação)

A advogada também destacou a importância de distinguir as plataformas ilegais das autorizadas pelo Governo Federal e detalhou a relevância da campanha nacional de conscientização realizada pelo Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) com o apoio de Daniel Fortune nas redes sociais. 

“Os sites ilegais muitas vezes são espelhos de bets legalizadas e isso é muito grave. Muitas vezes, o apostador entra no site achando que está numa bet legalizada, mas na verdade não está. Essa campanha do IBJR é muito importante pois reforça como saber que um site está legalizado, que tem o registro, que pode operar com autorização do Governo Federal. Isso é muito relevante”, pontuou.

A ação colaborativa com o IBJR girou em torno da campanha Chega de Bode na Sala”, lançada pelo instituto, a partir da veiculação de peças publicitárias na TV aberta, rádios e outras mídias, em busca de alertar sobre os perigos de apostar em bets clandestinas. Confira um dos vídeos abaixo:

O paralelo realizado entre sites ilegais e um “bode na sala” – expressão simbólica para algo impossível de ser ignorado – buscou representar o incômodo causado pelas plataformas ilegais e evidenciar a diferença entre as casas regulamentadas pelo Governo Federal e as clandestinas, que expõem os usuários a golpes, riscos financeiros e à ausência de proteção ao jogador.

Nas redes sociais, o influenciador Daniel Fortune também chegou a veicular produções anteriores sobre o tema. 

O trabalho do influencer nos ambientes digitais conta com parcerias com o Instituto de Apoio ao Apostador (IAA) e com a Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo  (EBAC), que possuem iniciativas em torno da prevenção ao vício em bets e acolhimento ao jogador compulsivo, respectivamente.

“Nossos apostadores têm atendimento psicológico muito além do que a legislação prevê. A regulamentação do Governo Federal prevê tópicos para o operador, mas nós, como influenciadores, também nos preocupamos com a saúde do apostador. E a nossa operação é treinada inclusive para atendimentos de risco, ou seja, conseguimos analisar riscos prévios de ludopatia, e a equipe é treinada para o primeiro atendimento ao apostador. Então se há algum sinal de emergência, eles conseguem atender, acolher o apostador, fazer uma análise e passar para o IAA ou a EBAC seguirem com o atendimento”, destacou Costa.

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