As casas de apostas online que operavam no Brasil antes da regulamentação do setor (ou seja, antes que fosse criada a tributação específica) podem ser obrigadas a fazer o pagamento retroativo de impostos. Ao menos, é essa a possibilidade analisada pela Receita Federal (RF) e pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda.
Segundo informações do Metrópoles, a medida afetaria 135 empresas de apostas e alcançaria R$ 12,6 bilhões. A ideia não é exatamente uma novidade: em março, o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, havia afirmado ser a favor da cobrança retroativa.
“No passado, se eles tiveram renda aqui no Brasil, tiveram faturamento, e estavam de fato no Brasil, eles devem tributos ao Brasil. Isso vai passar obviamente pela fiscalização e todo acusado vai ter a oportunidade de se defender. Na minha opinião, quem estava presencialmente aqui [no Brasil], materialmente, ainda que informalmente, responde perante o fisco brasileiro", declarou Barreirinhas, durante participação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado.
De acordo com o Metrópoles, caso a medida realmente seja implementada, o pagamento dos tributos devidos poderá ser parcelado.
Ao mesmo tempo em que se levanta essa possibilidade, o setor também pode enfrentar um aumento na tributação por meio da medida provisória (MP) que muda o imposto sobre o Gross Gaming Revenue (GGR) dos atuais 12% para 18%. O texto aguarda aprovação em uma comissão presidida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) no Congresso.