Atividade regulamentada no Brasil desde janeiro de 2025, as apostas em plataformas online foram realizadas por 15% da população brasileira no ano passado, segundo pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) encomendada pelo Datafolha.
Diante do alcance das bets na população e a regulamentação do setor, a preocupação em torno de possíveis transtornos relacionados ao jogo tem sido tema central de debates e de projetos de lei no Congresso.
Nesse cenário, alguns players do setor destacam os mecanismos de segurança presente nas plataformas bem como a importância do incentivo ao jogo responsável, a fim de proteger os apostadores de riscos como ludopatia e endividamento.
Em primeiro lugar, é necessário saber o motivo que leva à aposta. Caso seja o desejo de enriquecer, é importante ter em mente que as bets não são um investimento e estão sujeitas à aleatoriedade dos eventos, alerta Anderson Nunes, head de negócios da Casa de Apostas.
Anderson Nunes
“As apostas devem ser encaradas apenas como uma forma de entretenimento. Apostar é apenas diversão, não é investimento. Trabalhamos ativamente para manter essa perspectiva", diz o executivo.
Atualmente, existem iniciativas como o programa COMPULSAFE, da Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC), com acolhimento e apoio psicológico ao apostador, incluindo um programa psicoeducativo com até oito semanas de duração e abordagem de temas como a compreensão da compulsão e como superá-la. Plataformas como Casa de Apostas, Betsul, HiperBet e o Grupo Ana Gaming (7k, Cassino e Vera) já aderiram ao programa.
Para prevenir o risco do desenvolvimento de um quadro compulsivo, o apostador pode definir limites dentro da própria casa de apostas.
Além do monitoramento sobre as ações dos usuários para identificar possíveis padrões compulsivos e restringir o acesso dos jogadores, as plataformas também disponibilizam opções nas quais os próprios apostadores podem criar limites personalizados para quantidade de apostas realizadas, tempo gasto no site ou aplicativo e limites de perdas.

Na Galerabet, por exemplo, são disponibilizadas ferramentas de jogo responsável diretamente no menu principal do jogador, permitindo que ele configure os limites conforme a necessidade.
As medidas funcionam em conjunto com o monitoramento ativo em tempo real da plataforma para identificar possíveis sinais de jogo compulsivo e realizar ações de contato com o jogador para garantir que este esteja tomando decisões seguras.
A partir do monitoramento do perfil dos apostadores realizado nas casas de apostas, são mapeados os perfis com maior risco quanto ao desenvolvimento do quadro da ludopatia.
Quando detectado algum risco, a plataforma emite alertas, com orientações ao apostador e possibilidade de restrições. Estar atento a esses alertas é fundamental para impedir que a situação piore.
“A identificação de padrões de comportamento de risco não pode ser deixada para depois e é parte essencial de um mercado saudável”, explica João Fraga, CEO da Paag, que fornece soluções tecnológicas para as bets.
Caso o jogador siga dando sinais de comportamentos compulsivos, a autoexclusão da plataforma também é uma opção, podendo ser temporária ou permanente. As plataformas também podem até suspender o acesso de jogadores considerados em situação de risco quando necessário.

Na Ana Gaming, por exemplo, além da identificação dos perfis de jogadores que demonstram sinais de comportamento compulsivo, caso o jogador ultrapasse o limite das configurações personalizadas estabelecidas, a plataforma bloqueia automaticamente novas transações até que o período definido termine.
Em casos extremos, considerados em situação de risco, o jogador pode ter o acesso suspenso ou até mesmo restringido.