A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) publicou nota oficial refutando uma reportagem do UOL sobre a a pesquisa O impacto das bets na educação superior, realizada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e pela Educa Insights.
O estudo aponta que 34% dos entrevistados precisariam ter interrompido as apostas para iniciar os estudos no primeiro semestre de 2025, além de afirmar que "dos quase 2,9 milhões de potenciais ingressantes na educação superior privada (para o primeiro semestre de 2026), aproximadamente 986 mil estão sob risco de não efetivar a matrícula por conta do comprometimento financeiro com apostas on-line".
Em resposta, a AJNL afirma que "o setor de apostas esportivas e jogos on-line rechaça a construção de narrativas que atribuam às operadoras um suposto retrocesso no aspecto econômico e social dos brasileiros".
A associação também coloca em cheque a apresentação dos dados na matéria jornalística, já que a "esmagadora maioria dos entrevistados (79%)" respondeu que não deixou de investir am algum curso, idioma ou outro aprendizado por ter comprometido seus rendimentos com apostas esportivas, o que não teria sido abordado na reportagem.
Leia a nota na íntegra:
A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) esclarece que, a respeito da reportagem “34% adiaram graduação em 2025 devido a gastos com bets, dizem universidades”, publicada no dia 9 de julho pelo portal UOL, o setor de apostas esportivas e jogos on-line rechaça a construção de narrativas que atribuam às operadoras um suposto retrocesso no aspecto econômico e social dos brasileiros.
A própria pesquisa objeto da reportagem, à qual a ANJL também teve acesso, mostra exatamente o contrário em diversos pontos. À pergunta “você já deixou de investir em algum curso, idioma ou outro aprendizado por ter comprometido seus rendimentos com apostas esportivas”, a esmagadora maioria dos entrevistados (79%) responderam que não. Ou seja, apenas duas em cada dez pessoas afirmaram ter tido esse comportamento. Comportamento esse condenado pela indústria de apostas, que sempre tem esclarecido que os jogos são uma forma de entretenimento e não devem jamais comprometer o orçamento familiar.
Além disso, a reportagem omitiu a informação, constatada pela própria pesquisa da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), de que mais de 70% dos entrevistados disseram ter recuperado o valor gasto com os jogos ao jogarem novamente. Esse cenário evidencia que não há como categorizar as apostas apenas como despesas. Ao se somar a isso o dado de que a maioria das pessoas ouvidas, de todas as classes sociais, afirmam gastar menos de 5% da renda, evidencia-se que os gastos com esse tipo de entretenimento estão longe de comprometer as finanças da maior parte da população.
A ANJL destaca, ainda, que se trata de uma indústria de entretenimento e, por sua natureza, concorre com outras formas de diversão. Não há relação direta entre o hábito de jogar de duas a três vezes por semana e a desistência no ingresso ou na continuidade de um curso de Ensino Superior, como sugerem a pesquisa e a reportagem.
Por fim, a associação reitera, mais uma vez, o seu compromisso com o jogo responsável no Brasil, orientando os jogadores de que as apostas são apenas um meio de diversão e não uma fonte de renda e nem de investimento. A ANJL reforça também que, ao contrário das plataformas ilegais, apenas um mercado regulamentado e íntegro pode atuar no país de forma comprometida, condenando quaisquer práticas distorcidas ou abusivas. A construção de narrativas que propagam o comportamento equivocado de uma minoria como se fosse algo amplamente praticado só prejudica o setor e a própria sociedade brasileira.