A Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) assinou um termo de cooperação com a empresa Rei do Pitaco no qual irá receber a doação de ferramentas de monitoramento de jogos para prevenção de casos de manipulação de resultados.
Como parte do acordo entre a FFDF e o Rei do Pitaco, a empresa de tecnologia e dados esportivos Sportradar também realizará um trabalho conjunto de integridade. Com isso, a federação espera atuar de forma mais assertiva na detecção de fraudes em campeonatos realizados no Distrito Federal.
Presente no evento da assinatura, Felippe Marchetti, integrity partnership manager (gerente de parcerias de integridade) da Sportradar, deu mais detalhes sobre como é feito o monitoramento.
Felippe Marchetti
“A partir da observação é gerada uma padronização. É possível detectar se um determinado apostador mudou seus padrões de apostas segundo os resultados obtidos, cruzar com informações geográficas, de identificação, de pesquisa e vários outros critérios com a ajuda de Inteligência Artificial. Enviamos uma comunicação completa contendo qualquer atividade suspeita dentro dos jogos”, explicou, segundo comunicado oficial da FFDF.
Marchetti acrescentou “que o relatório que é emitido já é aceito como evidência pelo Corte Arbitral do Esporte (TAS/CAS) e pelo Ministério Público Federal (MPF), além de ter comprovação científica chancelada pela Universidade de Liverpool, na Inglaterra”.
O presidente da FFDF, Daniel Vasconcelos, celebrou a novidade. “Esta parceria agrega muito ao futebol do DF e espero que sirva de exemplo para outras federações. Nós, que temos comprometimento com a lisura, só temos a ganhar, assim como o torcedor. Com um relatório completo como este que vamos passar a receber teremos insumos para, em casos suspeitos, informarmos às autoridades que investigam e julgam. É muito bom saber que podemos contar com a máquina pública e instituições como o Rei do Pitaco nesta luta pela integridade”, destacou.
Em março de 2024, dois jogadores do Santa Maria, equipe do Distrito Federal, foram investigados pela Operação Fim de Jogo, que busca averiguar se houve manipulação de resultados no Candangão, como é conhecido o Campeonato Brasiliense.
As suspeitas recaíram sobre o lateral-direito Nathan Henrique Gama da Silva e o zagueiro Alexandre Batista Damasceno, que foram alvos de mandados de busca e apreensão do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
Segundo informações do site Metrópoles, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) suspeitou que ambos teriam agido de forma deliberada para fazer com que o Santa Maria perdesse de goleada, fazendo gols contra, cometendo pênaltis ou falhando propositalmente na marcação. Os jogos suspeitos são as derrotas de 6 a 0 para o Ceilândia e de 5 a 0 para o Gama, no mês de fevereiro.
As autoridades do Gaeco conseguiram provas de que um grupo de apostadores palpitou, em plataformas online, que o time perderia por uma ampla margem de gols, o que reforça as suspeitas de manipulação.
O Gaeco emitiu, na época, ordem de prisão preventiva contra William Pereira Rogatto, apontado como um suposto aliciador de atletas para cometimento de fraudes esportivas e envolvido com a gestão do Santa Maria. Segundo o Metrópoles, a ordem não foi cumprida pois o investigado reside na Europa.