A exemplo de outros estados, o governo de São Paulo está tirando do papel um novo projeto deve publicar em breve edital de licitação de loteria estadual em São Paulo, registra reportagem da Folha de S.Paulo.
Já houve uma tentativa de instalar serviços lotéricos no estado em 2021, mas o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) acredita que todos os questionamentos técnicos levantados pelo TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo), que impediram o edital da loteria estadual de seguir em frente em 2022, foram sanados.
Leia também: Câmara de Campinas aprova criação de loteria municipal
Um estudo amplo do projeto foi aprovado no ano passado, e agora a iniciativa é encabeçada pela CPP (Companhia Paulista de Parcerias), que faz parte da Secretaria de Parcerias em Investimentos.
Uma nota técnica do projeto será avaliado pelo CDPED (Conselho Diretor do Programa de Desestatização) hoje. Após essa anuência, a publicação do edital acontecerá até o começo de junho, e o leilão deve ocorrer em setembro.

Segundo o diretor-presidente da CPP, Edgard Benozatti Neto, esse é um dos projetos prioritários do governo de São Paulo. “Estamos com altas expectativas”, disse à Folha.
Arrecadação
O estado mais rico do país tem enorme potencial de arrecadação. A loteria do Paraná (Lottopar), por exemplo, tem previsão de repasse ao estado em torno de R$ 100 milhões quando o mercado estiver maduro.
A CPP ainda não divulgou as estimativas de receita do governo com a loteria estadual, já que é difícil fazer uma previsão. A nota técnica do projeto estima, com dados de 2022, que o mercado no estado movimenta cerca de R$ 9,3 bilhões ao ano. Desse montante, em média 20% do mercado deve ficar com a companhia que vencer a licitação em uma situação de maturidade da empresa (que deve ser atingida em seis anos, aproximadamente, segunda a nota técnica).
Além de dividir o monopólio com a Caixa Econômica Federal, a empresa que vencer o leilão ainda terá que disputar espaço com jogos ilegais de azar, bets (apostas esportivas online) e competidores não regulamentados.
Mas o governo acredita que, aos poucos, a companhia irá absorver esse mercado, que tem um potencial grande de crescimento, já que, segundo Bezonatti, o setor de apostas de São Paulo é equiparável ao de países como a França e a Inglaterra.
Os recursos públicos levantados com as apostas precisam ser destinados ao combate à vulnerabilidade social. No estado paulista, esse dinheiro irá 100% para a área da saúde.