ÁUDIO ENTREGUE POR JOHN TEXTOR

Em sessão secreta na CPI das Apostas, ex-árbitro admite ser a voz que pede pagamento de propina

14-05-2024
Tempo de leitura 1:37 min

Em reunião secreta com os senadores Jorge Kajuru, Romário, Carlos Portinho e Eduardo Girão nesta segunda-feira, o ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha se manteve em silêncio durante depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas.

Ele era apontado como a voz que reclama do não pagamento de propina após ter inventado um pênalti e faltas para influenciar o resultado de um jogo, em áudio entregue pelo dono da SAF do Botafogo, o americano John Textor.

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Após se recusar inicialmente a falar - ele é suspeito em investigação que corre no Rio de Janeiro e já prestou depoimento à Polícia Civil - e receber ameaça de voz de prisão de Kjuru, Glauber confirmou que é a sua voz no áudio exigindo o pagamento de propina, revela a VEJA.


Ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha (direita)

Vazamento

Ainda pelo relato de Glauber, a gravação teria sido vazada para o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj), Rubinho Lopes, que, por sua vez, teria encaminhado a mensagem para John Textor, sócio majoritário da SAF do Botafogo.

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Vamos chamar o presidente da Ferj para ele explicar por que entregou a gravação e por que entregou pela metade (sem revelar outras conversas no grupo de árbitros)”, afirmou Kajuru.

Na transcrição do áudio, Glauber reclama que tentou direcionar o jogo, mas não conseguiu que o placar fosse favorável. 

“Eu apitei, pô. Apitei. Entendeu? Deixei de ganhar muito dinheiro também. Mas o que eu podia fazer, eu fiz. Não é fazer loucura, igual eu não fiz. O cavalo passou selado e eu montei nele. Aos 16 minutos eu dei um pênalti “pros” caras. Entendeu? Aquele pênalti 50%? Eu dei, pô. Os caras, porra, bateram o pênalti na trave. E depois eu fiquei dando tudo para os caras. O pênalti que eu dei foi de agarra agarra dentro da área. Depois ninguém se agarrou mais, não teve mais como. E a bola não quis entrar. Dei oito minutos de acréscimo no segundo tempo”, disse o envolvido.

Dias atrás, antes deste depoimento, Cunha, através dos advogados Jacqueline da Silva Oliveira e Marco Antônio Faria de Souza, pediu o acesso integral aos documentos e à gravação, ambos sob sigilo, entregues por Textor em seu depoimento.

 

 

 

 

 

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