O Yogonet conversou com o co-fundador e CBO da Control F5, André Alves, no primeiro dia da exposição do BiS SiGMA Americas, realizado entre os dias 23 e 25 de abril em São Paulo.
Com um estande em destaque na entrada do pavilhão, a empresa atraiu a atenção de milhares de interessados em conhecer as oportunidades de negócios que o "hub de inovação", como classificou André, tem a oferecer.
Quais suas primeiras impressões sobre o evento neste ano? Você estava falando sobre o crescimento...
O BiS para mim sempre foi um evento fantástico. Sou um pouco suspeito para falar, já que nós somos agência do Bis desde a primeira edição. Era um evento que acontecia em um décimo do que é o espaço atual, e o crescimento do evento é maravilhoso. O ano passado já foi considerado o maior evento da América Latina, e na minha análise só perde para a ICE de Londres em proporção e em qualidade também. Brinco que é o maior gerador de leads para a gente nos últimos cinco anos.
Pode me falar um pouco sobre a atual regulamentação no Brasil e o quanto isso está interferindo no desenvolvimento do setor local e na América Latina?
Falar da regulamentação é sempre falar de uma coisa que a gente não sabe onde vai dar. E ainda está muito incerto. Oficialmente, o que eu posso dizer das minhas análises do mercado é que estamos caminhando na direção de uma boa regulamentação. Acredito que há boas coisas vindo por aí, mas seguimos aguardando todas as portarias, definição do time de governo e outras coisas para podermos seguir.
Sempre há aquela preocupação do que é mais importante: aguardar mais tempo, ter uma regulamentação ideal e continuar do jeito que está, ou ter uma regulamentação, mesmo que não seja o melhor modelo, mas já começar a profissionalizar o mercado? É uma pergunta precisa ser testada, mas ainda estou na expectativa de que isso aconteça da maneira correta e o mais rápido possível.
Precisamos ter um mercado profissionalizado. Acho que não só do ponto de vista como empresário, mas do ponto de vista do jogador também. Eu acho que o jogador já foi muito impactado por uma série de coisas que não tem práticas profissionais e que acabam prejudicando o nome de uma indústria. As pessoas que estão aqui representam essa indústria e dependem de uma regulamentação para trabalhar mais tranquilos. Então, há coisas boas e coisas que poderiam ser melhoradas, mas sou muito a favor de que a regulamentação aconteça o mais rápido possível.
O que você acha que precisa ser melhorado do que foi proposto na regulamentação até agora?
O governo brasileiro tem algumas dificuldades de entender como o mercado realmente funciona. Por exemplo, a oferta de bônus é uma prática comum desse modelo de negócio, que está entregando entretenimento. Você precisa de formas de atrair o teu público para tua casa de apostas, e fica muito complexo operar sem bônus.
Há outra coisa. Acho que aquela questão da faixa de isenção do Imposto de renda do jogador para trabalhar nesse mercado pode ser impeditivo. Sabemos que o ticket médio do jogador brasileiro é de R$150. Então grande fatia de jogadores vai estar dentro dessa faixa até R$ 2.824. Não haver isenção significa que todos vão pagar imposto. Então acho que isso deveria ser repensado, porque talvez essa isenção vai propiciar que os jogadores busquem sites não regulamentados. Não é uma novidade que o brasileiro sempre vai fazer o que puder para não pagar imposto. E aí ele pode se utilizar de sites de fora do Brasil, pagando em cripto, fazendo operações lá fora, podendo consumir um site de qualquer outro país do mundo e não privilegiar o que está acontecendo aqui.
Então isso também é uma questão que eu acho que precisa ser resolvida de fato. Eu acredito muito na concorrência desse segmento, acho que a concorrência é muito saudável. Mas se você coloca uma licença de outorga no valor de R$ 30 milhões, praticamente você está cortando boa parte da concorrência. Na minha visão o mercado deveria ser um pouco mais aberto, e deveria propiciar uma maior concorrência entre os operadores.
A gente se pergunta: como o jogador escolhe uma casa de apostas se tem os mesmos R$ 50 para gastar? Aí os sites se equivalem, mas o que faz a grande diferença é a concorrência, o trabalho do produto gerar uma experiência melhor dentro da casa. Isso faz com que os operadores se desenvolvam muito mais para buscar os jogadores.
Você pode me falar um pouco sobre as últimas inovações ou previsões de inovações da empresa? A Ludriq, por exemplo.
Exatamente, a Ludriq está sendo lançada em parceria com a PreviNEO já pensando nesse mercado regulamentado. Não só na questão de proteção, mas também na questão de prevenção ludopatia. Então a previNEO criou esse sistema com psicólogos, psiquiatras, com um algoritmo específico e uma equipe para dar suporte a quem tiver respondendo esse questionário.
Mas a grande ideia é a gente adiantar algo antes de que seja necessário a regulamentação. O disclaimer do jogo responsável não é o suficiente, os clientes já fazem isso desde 2018, não é uma novidade. Agora, você ter um sistema que ajude o jogador antes de ter problemas, testar e entender as probabilidades de desenvolver a ludopatia, a ter um problema de vício, aí é que está a inovação. E a Control F5 é esse grande hub de inovação.
A nossa agência de marketing foi o primeiro serviço que a gente colocou no mercado, mas ao longos dos anos estamos expandindo, trazendo sistemas de Nova York, novos clientes... Hoje temos um sistema para validação dos dados de jogador com CPF check, face match, prova de vida.
Então estamos sempre procurando expandir a os produtos e trazer inovação para o mercado. Acreditamos que isso tudo traga muito mais benefícios para o jogador final.