DIRETORA REGIONAL DA EGT NO BRASIL

Celina Guedes: "Queremos crescer no Brasil sem abrir mão da qualidade e da robustez tecnológica que já são marcas da EGT"

24-12-2025
Tempo de leitura 3:38 min

Com uma experiência de mais de 20 anos na indústria de jogos e passagem por mercados como os do Panamá, Chile e África do Sul, Celina Guedes ocupa, desde 2024, o cargo de diretora regional da Euro Games Technology (EGT) no Brasil.

Ela afirma, em entrevista exclusiva ao Yogonet, que há um interesse crescente no país por terminais de videoloteria (VLTs). A vertical já conta com regulamentação em estados como Paraná, Rio de Janeiro e Tocantins.

"Acredito que 2026 será um ano de expansão mais consistente dos VLTs, à medida que outros estados avancem em suas regulamentações e entendam o potencial desse modelo, tanto do ponto de vista de entretenimento quanto de arrecadação. O Brasil tem escala, público e maturidade para isso", afirma Guedes.

Confira a íntegra da entrevista:

2025 marcou o primeiro ano de mercado regulado de iGaming no Brasil. Considerando a atuação B2B da EGT, como você avalia os últimos meses? Você vê algum desafio regulatório específico no Brasil que ainda precisa ser superado pelos fornecedores?

Os últimos meses foram bastante intensos e, ao mesmo tempo, muito positivos. O Brasil entrou no mapa global do iGaming regulado com muita relevância, e para nós, como fornecedor B2B, esse primeiro ano foi de muito aprendizado, adaptação e proximidade com operadores e reguladores.

Ainda existem desafios, principalmente relacionados à padronização de processos, prazos regulatórios e à interpretação de algumas normas, o que é natural em um mercado que está dando seus primeiros passos.

Para os fornecedores, o principal ponto é garantir total conformidade técnica e regulatória sem perder agilidade. Acreditamos que, com o amadurecimento do mercado e o diálogo contínuo entre indústria e autoridades, esses pontos tendem a se ajustar rapidamente.

Quais são as prioridades da EGT no Brasil para 2026? Expansão de portfólio, parcerias, conteúdo local?

Nossa prioridade para 2026 é consolidar a EGT como um parceiro estratégico de longo prazo no Brasil. Isso passa por ampliar o portfólio disponível para o mercado local, fortalecer parcerias com operadores e integradores e, principalmente, avançar no desenvolvimento de conteúdo cada vez mais alinhado ao perfil do jogador brasileiro.

O Brasil é um mercado único, e queremos crescer de forma sustentável, com soluções que façam sentido localmente, sem abrir mão da qualidade e da robustez tecnológica que já são marcas da EGT globalmente.

Na sua visão, qual será o diferencial competitivo dos fornecedores de conteúdo no Brasil nos próximos anos: novas tecnologias, conteúdo localizado (a chamada “tropicalidade”), branding ou outra frente?

Eu diria que será a combinação de todos esses fatores, mas com um peso muito grande no conteúdo localizado. O jogador brasileiro valoriza identidade, narrativa e experiências que conversem com a sua cultura.

Além disso, tecnologia e performance são pré-requisitos — estabilidade, compliance e inovação não são mais diferenciais, são obrigações. O branding vem como consequência: quem entregar boas experiências, de forma consistente e adaptada ao mercado, naturalmente vai construir marcas fortes no Brasil.

Temos visto uma tendência de crescimento dos VLTs. Paraná, Tocantins e Rio de Janeiro, por exemplo, possuem regulamentações para esses jogos. A EGT já tem recebido demandas desse mercado no Brasil? Você acredita que, em 2026, teremos uma expansão maior dos VLTs?

Sim, sem dúvida. Já percebemos um interesse crescente por VLTs no Brasil, especialmente em estados que estão estruturando modelos próprios de loterias e buscando soluções tecnológicas consolidadas. A EGT tem uma forte expertise global nesse segmento, o que naturalmente gera conversas e demandas locais.

Acredito que 2026 será um ano de expansão mais consistente dos VLTs, à medida que outros estados avancem em suas regulamentações e entendam o potencial desse modelo, tanto do ponto de vista de entretenimento quanto de arrecadação. O Brasil tem escala, público e maturidade para isso.

De acordo com o seu LinkedIn, você já trabalhou no setor de jogos em países como África do Sul, Chile e Panamá. Tirando a diferença de não termos cassinos físicos, você vê muitas semelhanças entre o mercado desses três países e o do Brasil? Se sim, quais?

Sim, vejo várias semelhanças, principalmente no comportamento do jogador e no momento de amadurecimento do mercado. Assim como no Brasil, esses países passaram — ou ainda passam — por processos de estruturação regulatória, aprendizado coletivo e profissionalização do setor.

Outro ponto em comum é a importância do relacionamento local: entender a cultura, o ritmo do mercado e construir confiança é fundamental. O Brasil tem uma escala muito maior, claro, mas os desafios iniciais e as oportunidades são bastante parecidos.

Caso queira acrescentar algo que não foi perguntado, fique à vontade.

Além do crescimento do mercado em si, um ponto que considero fundamental para o futuro do iGaming no Brasil é a consolidação de uma cultura forte de jogo responsável. A regulação cria uma base importante, mas é o compromisso diário de operadores e fornecedores que garante um ecossistema saudável, sustentável e confiável para o jogador. Na EGT, encaramos o jogo responsável como parte do produto, não como um item adicional.

Outro tema cada vez mais relevante é o uso inteligente de CRM e dados para melhorar a experiência do jogador. Não se trata apenas de performance ou retenção, mas de entender comportamentos, oferecer comunicações mais responsáveis, personalizadas e no momento certo. Um bom CRM ajuda tanto a proteger o jogador quanto a gerar valor de longo prazo para o operador.

Acredito que o sucesso do mercado brasileiro estará diretamente ligado à combinação entre inovação, entretenimento, responsabilidade e uso estratégico de dados. Esse equilíbrio é o que vai diferenciar os players mais maduros nos próximos anos.

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