Rubén Solórzano: “Nossa expectativa para a PGS é de crescer junto ao setor, ao lado da indústria”

Rubén Solórzano, gerente geral da Affiliated Marketing Group (AMG) e um dos organizadores da Peru Gaming Show (PGS), destacou 2025 como um ano “muito positivo” para o evento realizado em Lima, com resultados satisfatórios para expositores, operadores e demais atores do setor de jogos.

Em entrevista exclusiva ao Yogonet, o executivo também abordou os desafios do mercado peruano, como o debate em torno da aplicação do Imposto Seletivo ao Consumo, e alertou sobre o risco enfrentado pelas empresas em um contexto fiscal que pode incentivar o jogo ilegal.

Qual é o balanço de 2025 como organizador da Peru Gaming Show?

O balanço de 2025 foi muito positivo para a organização. Por meio da AMG SAC, empresa responsável pelos eventos, foram realizadas palestras educativas que beneficiaram profissionais e executivos da indústria. Foram abordados temas tributários, marketing e fiscalização para operações land-based e online.

Por outro lado, a atividade central da PGS — a feira expo realizada todos os anos em junho — apresentou resultados mais do que satisfatórios para expositores, operadores e atores do jogo provenientes de 40 países. A PGS, a feira mais aguardada da América Latina, está na vanguarda dos eventos, alinhada àqueles que globalmente fazem a diferença.

As atividades dentro da PGS têm como principal objetivo beneficiar os atores do Gaming presentes na expo, por meio da exibição e oferta de produtos e serviços tecnológicos de última geração, levando em consideração que todos buscam novas experiências e oportunidades para crescer e alcançar maior desenvolvimento em suas jurisdições e em outros mercados potenciais.

Qual notícia ou evento da indústria do jogo lhe parece o mais importante do ano que se encerra e por quê?

Em nossa jurisdição, a notícia que mais gerou impacto, após a aprovação da lei e da regulamentação dos jogos e apostas esportivas a distância, foi a controvérsia em torno da aplicação do Imposto Seletivo ao Consumo, inicialmente fixado em 1% e posteriormente ajustado para 3%.

Na verdade, seguindo essa linha, as notícias que se destacam em nível regional, em mercados que buscam regular e formalizar o jogo, estão justamente relacionadas à definição das cargas tributárias para o setor, muitas das quais prejudicam o desenvolvimento normal da atividade e a estrutura econômico-financeira dos negócios.

É consenso entre analistas e atores da indústria que os impostos aplicados pelos governos, com foco exclusivo na arrecadação, colocam em risco a estabilidade das empresas e, o que é mais grave, empurram os jogos de azar para a informalidade e a ilegalidade.

Quais são as expectativas para 2026?

Desde que assumimos a administração e a organização da Peru Gaming Show – PGS, há 14 anos, estabelecemos objetivos e metas claras, todas voltadas a beneficiar empresas, operadores, fornecedores, fabricantes e todos os atores ligados à indústria. Nesse contexto, nossas expectativas para a PGS, de um ciclo para outro, de um ano para outro, sempre foram — e continuam sendo — crescer junto ao setor, ao lado da indústria.

Por isso, apesar das mudanças que observamos atualmente, com os jogos online apresentando crescimento exponencial em relação ao land-based, a PGS segue mantendo a liderança na região, apostando na presença das representações mais importantes do mundo do jogo. Por muitos anos mantivemos um crescimento sustentado e estamos convencidos de que a PGS 2026 terá o mesmo comportamento.

Neste ano, diversos novos eventos foram realizados na América Latina. Como você avalia a evolução da região em termos de feiras e qual é o lugar do Peru nesse cenário?

De fato, diferentemente das grandes feiras mais representativas do mundo, na América Latina surgiram muitos eventos, representativos ou não, certamente buscando cumprir algum objetivo. Na PGS, não seguimos esse caminho: focamos no que é importante e exclusivo, ainda que isso gere dilemas, já que, em datas próximas, são realizados eventos paralelos aproveitando a excelente convocação da nossa organização.

Muitos especialistas da indústria explicam que os organizadores desses eventos paralelos têm limitações para realizar apresentações em datas diferentes da PGS. Além disso, a existência de muitos eventos em torno das datas centrais da PGS está gerando desconforto, já que operadores e clientes em comum recebem inúmeros convites, tornando praticamente impossível comparecer a todos. Ainda mais quando a prioridade é estar presente e fazer parte da principal expo e evento: a feira internacional PGS, a mais aguardada da América Latina.

Nesse mesmo contexto, a quantidade de eventos que hoje existe na região, segundo profissionais e atores experientes do setor, vem gerando cansaço devido às constantes viagens, à logística e à mobilização de equipes, além dos custos adicionais envolvidos em deslocamentos frequentes em intervalos de tempo muito curtos.