A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação para reprimir a atuação de uma organização criminosa apontada como responsável por aliciar e enviar brasileiros ao exterior com objetivos de exploração de mão de obra e práticas de crimes cibernéticos. As vítimas eram atraídas por plataformas de apostas online que faziam falsas promessas de trabalho com alta remuneração.
“As investigações tiveram início a partir da prisão de 109 pessoas na Nigéria, entre elas 5 brasileiros, acusados da prática de crimes cibernéticos, e revelaram um esquema estruturado de recrutamento de vítimas por meio de redes sociais e plataformas digitais, com promessas de altos salários e oportunidades de trabalho em empresas do setor de jogos on-line. No exterior, os trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas, retenção de documentos, restrição de liberdade, vigilância armada e imposição de dívidas”, diz um comunicado oficial da PF.
O comunicado não cita o nome da empresa de apostas acusada de envolvimento com o esquema de tráfico humano internacional. Apenas diz que ela opera duas plataformas no Brasil e que a Justiça Federal determinou a retirada do ar dos sites.
Intitulada de Dark Bet, a operação também cumpriu 11 mandados judiciais de busca e apreensão nos estados do Ceará, Maranhão, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, além de medidas cautelares pessoais e patrimoniais, como bloqueio e sequestro de bens e valores que superam R$ 446 milhões, além de quatro prisões temporárias, expedidos pela Justiça Federal, informa a PF.