PESQUISA DA FECOMÉRCIO DE MINAS GERAIS

88,6% da população de Belo Horizonte defende maior controle sobre plataformas de apostas

Imagem: reprodução/web
27-11-2025
Tempo de leitura 1:34 min

A pesquisa “Apostas Online”, realizada pelo Núcleo de Estudos Econômicos e de Inteligência & Pesquisa da Fecomércio MG e publicada nesta terça-feira, 25 de novembro, revela um retrato ambíguo do comportamento dos moradores de Belo Horizonte (MG).

Embora 58,9% dos entrevistados tenha alguém próximo que aposta com frequência, 81,8% afirmam nunca ter apostado online. Apenas 9,7% admitem apostar atualmente, enquanto 8,5% já apostaram no passado, mas abandonaram o hábito.

Entre os que apostam, 40% jogam ao menos uma vez por mês, 30% mantêm frequência semanal e outros 30% apostam diariamente. O gasto médio mensal chega a R$ 180,63. Quase todos os entrevistados (88,6%) acreditam que as plataformas deveriam ser mais controladas ou regulamentadas.

Os dados mostram ainda que 24% dos apostadores já recorreram a empréstimos para continuar jogando, e 12% deixaram de pagar contas para apostar.

As motivações também mostram diferentes perfis de apostadores. Para 42,5%, trata-se de lazer ou entretenimento. Outros 30% assumem apostar para ganhar dinheiro, e 20% reconhecem que o vício influencia suas decisões. Apesar disso, 86,7% afirmam nunca ter deixado de consumir algo para apostar, embora uma parcela menor admita ter reduzido gastos em lazer (5,3%), supermercado (4%) e vestuário (4%).

O impacto das apostas no dia a dia divide opiniões: 70% dizem não sentir prejuízo na concentração ou produtividade, mas 30% afirmam ser afetados. Para 22,7%, o impulso de apostar aparece até em horário de trabalho.

A pesquisa completa pode ser lida neste link.

A economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, destaca que o avanço das apostas online ocorre em um cenário delicado, já que Belo Horizonte registra 88,7% dos consumidores endividados.

“Esse contexto de fragilidade financeira é agravado pela popularização das apostas online. Em um ambiente de renda comprometida e encarecimento do crédito, as apostas podem se tornar uma alternativa arriscada para tentar melhorar a situação financeira, mas frequentemente acaba ampliando o ciclo de dívidas. Acrescido a isso, 88,6% dos belo-horizontinos defendem a necessidade de maior controle e regulamentação das plataformas de apostas, indicando que há uma possível preocupação coletiva com os impactos sociais e econômicos das apostas online, especialmente em um momento de vulnerabilidade financeira das famílias”, afirma. 

A pesquisa aplicou 411 questionários entre 26 e 29 de setembro de 2025, em todas as regiões de Belo Horizonte, com margem de erro de 5 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

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