A CPI das Bets continua sua investigação sobre o mercado de apostas e ouvirá os depoimentos, na sessão desta terça-feira, 27 de maio, do influenciador digital Jon Vlogs, criador da plataforma de apostas Jonbet, e do empresário Jorge Barbosa Dias, responsável pela casa de apostas MarjoSports. A informação é da Agência Senado.
O influenciador tem "relevância" no mercado de apostas online porque reúne grande número de usuários na plataforma Jonbet, segundo a justificativa do requerimento, e também esteve à frente de uma "massiva" campanha de promoção da Blaze, outra plataforma de apostas.
Já Dias deporá para "esclarecer os critérios de credenciamento adotados", além de prestar esclarecimentos sobre suspeitas de envolvimento com lavagem de dinheiro, segundo a Agência Senado. Ele é sócio da empresa JBD Comunicação e Tecnologia Ltda., responsável pela marca MarjoSports, e teve a empresa credenciada pela Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) para operar apostas esportivas.
A reunião da CPI começa às 10h (horário de Brasília).
Imagem da CPI
Uma reportagem do g1 reuniu opiniões de especialistas e afirma que as "táticas de viralização e convites em série a influencers na CPI das Bets desgastam a imagem da comissão". Para analistas ouvidos pela reportagem, o que era para ser uma investigação técnica e séria tem dado espaço a uma espécie de "show" midiático — o que enfraquece o impacto e a credibilidade da iniciativa.
A Veja segue na mesma direção, e afirma que os trabalhos até aqui foram marcados por discursos genéricos, poucas ações práticas e convites polêmicos. A avaliação é de que a comissão caminha para um fim "melancólico", e levanta dúvidas sobre sua real eficácia.
A revista Piauí revelou, neste final de semana, que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), membro da CPI, viajou a Mônaco para assistir a uma corrida da Fórmula 1 a bordo de um jatinho particular pertencente a Fernando Oliveira Lima, investigado pela própria comissão.
Lima é presidente e fundador da One Internet Group, empresa de tecnologia com atuação no ramo de apostas apontado como a principal responsável pela divulgação do caça-níqueis virtual Fortune Tiger, desenvolvido pela empresa PG Soft, sediada em Malta. Em seu depoimento à CPI, em novembro de 2024, ele negou "ser dono do Tigrinho" e disse que sua empresa funciona de acordo com as regras brasileiras.