A prisão em flagrante do empresário Daniel Pardim Tavares Lima por falso testemunho na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado nesta terça-feira, 28 de abril, tem repercutido na imprensa e nas redes sociais.
Na última reunião antes do fim do prazo oficial da comissão (que seria 30 de abril), a voz de prisão dada pela relatora, Soraya Thronicke (Podemos-MS), agitou o que o jornal Estadão classificou como "uma sequência de reuniões esvaziadas e sem foco".
Segundo o veículo, houve situações em que os poucos presentes não eram suficientes para votações de requerimentos básicos, e em algumas sessões só o presidente, Dr Hiran (PP-RR), e e a relatora compareciam. Em outras, nem eles.
"Entre parlamentares contrários à CPI, a avaliação é a de que a comissão buscou criar um fato para justificar a falta de resultados. E para isso acabou mirando um 'peixe pequeno' no universo das empresas de apostas", afirma o Estadão em sua reportagem.
Apesar disso, os parlamentares têm tentado dar peso às oitivas e decisões da CPI, inclusive pedindo a prorrogação do prazo final dos trabalhos para mais 45 dias, algo já acordado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
"Quem tenta sabotar uma investigação séria precisa ser responsabilizado. A prisão de Pardim é um recado claro: quem mente, quem atrapalha, quem desrespeita a CPI, vai pagar por isso", escreveu Thronicke em seu Instagram.
"Impunidade não tem vez. Essa prisão é só o começo", termina o texto.
Já o senador Marcos Rogério afirmou em suas redes: "Mentiu, se contradisse e se recusou a responder perguntas básicas sobre sua ligação com empresas investigadas por lavagem de dinheiro no setor de apostas online. Aqui é assim. Quem debocha da verdade e do Senado, enfrenta as consequências."
O empresário Daniel Pardim é sócio da Peach Blossom, empresa que controla parte da Playflow, processadora de pagamentos da advogada Adélia de Jesus Soares. Participante do programa Big Brother Brasil, da TV Globo, em 2016, ela é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por suspeitas de auxiliar um grupo chinês a operar apostas ilegais no Brasil.
Durante seu depoimento nesta terça-feira, Pardim afirmou não conhecer Adélia e foi preso em flagrante sob a acusação de mentir e omitir informações. A defesa dele afirma que o colegiado cometeu abuso de autoridade porque o empresário foi convocado como testemunha e acabou transformado em suspeito investigado.