A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets do Senado, que investiga irregularidades no setor de apostas online, ouvirá nesta terça-feira, 29 de abril, a advogada Adélia de Jesus Soares, proprietária da Payflow Processadora de Pagamentos Ltda., e um representante da empresa Peach Blossom River Technology.
Os depoimentos integram a apuração dos impactos financeiros, sociais e regulatórios da atuação dessas plataformas no Brasil, e as convocações, que podem ser lidas neste link, foram solicitadas pela relatora da comissão, Soraya Thronicke (Podemos-MS).
Esse será o segundo depoimento da proprietária da Payflow na comissão. Convocada no dia 18 de março, ela optou por não responder parte das perguntas, justificando que estaria protegida pelo sigilo profissional e pela confidencialidade da investigação. Segundo Adélia, sua atuação se restringia à assinatura de contratos publicitários com influenciadores e empresas diversas. A atitude desgradou os legisladores.
Segundo Thronicke, as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal apontam que a Payflow teria sido usada como fachada para movimentações financeiras irregulares e lavagem de dinheiro relacionadas a jogos de azar.
Há ainda indícios de que a empresa operava em desacordo com normas do Banco Central e mantinha vínculos com uma sociedade nas Ilhas Virgens Britânicas.
Peach Blossom
No caso da Peach Blossom River Technology, Thronicke justifica querer esclarecer a estrutura societária da empresa, que, de acordo com investigações da Polícia Civil, pode ter ligações com a Payflow e estar envolvida em operações financeiras de plataformas de apostas online.
Além desses depoimentos, a comissão poderá deliberar sobre dois novos requerimentos apresentados pela relatora: a convocação do influenciador digital Giliard Vidal dos Santos, e o pedido de um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre ele.