RESPONSÁVEL PELA OPERAÇÃO GAME OVER, EM ALAGOAS

Influenciadores e sites ilegais de apostas enganam internautas para lucrar, afirma delegado à CPI das Bets

Delegado Lucimério Barros Campos (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)
23-04-2025
Tempo de leitura 1:17 min

O delegado Lucimério Barros Campos, da Polícia Civil de Alagoas, afirmou nesta terça-feira (22), durante depoimento à CPI das Bets, que sites ilegais de apostas esportivas e influenciadores digitais têm atuado juntos em esquemas para enganar internautas e aumentar os lucros.

Segundo ele, os apostadores são atraídos por promessas de prêmios irreais e acabam perdendo grandes somas de dinheiro. Campos é o responsável pela Operação Game Over, que desmantelou uma rede criminosa envolvendo influenciadores e plataformas ilegais de apostas.

O delegado detalhou que sites de apostas clandestinas utilizam intermediadoras de pagamento, como fintechs, para receber os valores via Pix. Esses pagamentos são repassados às casas de apostas, que muitas vezes operam fora do país.

“Essas intermediadoras não são instituições financeiras reguladas, o que dificulta o bloqueio de bens”, explicou o delegado, segundo a Agência Senado. Segundo ele, a investigação identificou cerca de R$ 15 milhões movimentados apenas em Alagoas por meio dessas plataformas ilegais.

Influenciadores usavam contas falsas para simular ganhos

O delegado também revelou que os sites contratavam influenciadores digitais para promover as apostas de forma enganosa. Eles recebiam contas "demo" que simulam ganhos fictícios para criar conteúdo que induz os seguidores a acreditar em lucros fáceis.

O influenciador mostrava vídeos com ganhos falsos, mas o dinheiro que ele recebia vinha da própria casa de apostas, não dos jogos”, disse. Áudios e vídeos apresentados à CPI comprovaram a prática.

Publicidade predatória

Para o delegado, a propaganda feita por essas plataformas é “predatória” e afeta especialmente pessoas em situação de vulnerabilidade financeira. Ele acredita que seja preciso regulamentar melhor o setor. 

Estamos falando de uma atividade que retira dinheiro da economia local para mandar para fora do país. Se não for regulamentada, continuará prejudicando milhares de famílias”, alertou. Campos defendeu a criação de leis que responsabilizem também as empresas por crimes contra a ordem econômica e a economia popular.

 

 

 

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