O presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Plínio Lemos Jorge, discutiu os rumos do mercado regulado de casas de apostas, as iniciativas de combate aos sites ilegais e o impacto dos tributos na indústria de bets com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Na ocasião, o presidente da ANJL falou ainda dos últimos dados apresentados pelo Ministério da Justiça sobre a vulnerabilidade de jovens à atividade de apostas.
“Reforçamos a nossa preocupação com esse levantamento que envolve crianças e adolescentes atraídos por bets ilegais, que, como sabemos, não oferecem dispositivos de segurança e representam um grave risco para menores”, disse Jorge.
“Também conversamos sobre as iniciativas que estão sendo adotadas pelo governo federal para desmobilizar essa organização que opera no país sem autorização e que, além de causar prejuízos para o apostador e as empresas autorizadas, impede a arrecadação de bilhões de reais em tributos”, explicou o presidente da ANJL.
A reunião, realizada no dia 2 de abril, contou também com a participação do deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL).
No final de março, um levantamento divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública aponta que 71,3% dos apostadores utilizam loterias para fazer suas apostas. As bets aparecem em segundo lugar, com 32,1% de preferência, ao passo que o jogo do bicho ‒ considerado ilegal ‒ ficou com a terceira colocação, com 28,9%. As porcentagens não fecham em 100% porque uma mesma pessoa pode apostar em mais de um tipo de jogo.
Considerando todas as modalidades, o Sul é a região do país que mais faz apostas: 20,4% dos entrevistados apostaram no ano anterior à pesquisa (cuja parte de campo foi finalizada em 2024) e 29,6% já fizeram apostas alguma vez na vida, indica o levantamento.
A pesquisa do Ministério da Justiça e Segurança Pública também usou a escala Problem Gambling Severity Index (PGSI) para classificar os apostadores de acordo com o nível de risco de adquirir dependência do jogo. Foi constatado que 61,4% dos jogadores apresentam um comportamento sem risco, ao passo que 38,6% enfrentam algum grau de risco ou transtorno relacionado ao vício (baixo risco, risco moderado ou jogo problemático).
Como destacou o Estadão, o grupo mais vulnerável são os jovens entre 14 e 17 anos, com 55% estando suscetível a algum risco ou transtorno relacionado a essa prática.
A seção completa sobre a prática de apostas pela população brasileira pode ser conferida neste link (a partir da página 6 do item LENAD). A pesquisa foi conduzida pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com aproximadamente 16,6 mil entrevistados e teve a etapa de execução de campo finalizada em 2024.