O debate sobre apostas esportivas no Brasil ganha novos episódios com a recente onda de críticas ao setor, que, segundo o presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Plínio Lemos Jorge, traz riscos à indústria legal e regulamentada.
No artigo “O jogo legal em risco”, publicado pelo Estadão, Jorge aponta que a generalização do mercado de apostas ameaça colocar empresas legais e ilegais no mesmo patamar, ignorando a distinção entre as casas que operam sob regras e as que atuam de forma irrestrita.
Desde a legalização das apostas esportivas em 2018, o mercado cresceu rapidamente. Porém, segundo Jorge, muitos operadores ilegais prosperaram em razão da demora na regulamentação formal. Ele comenta que o governo anterior não tomou medidas para regulamentar o setor, e que apenas recentemente o Brasil passou a construir uma base regulatória robusta.
"A principal razão dessa tomada de mercado por sites sem qualquer preocupação legal foi a demora na regulamentação. O governo anterior nada fez para regulamentar o setor durante quatro anos", escreveu em seu artigo.
Para Jorge, críticas destrutivas e generalizadas ao mercado de apostas refletem uma visão equivocada, pois sugerem que a proibição de toda a indústria seria a solução para conter abusos. Segundo ele, esse cenário abriria espaço para o retorno da ilegalidade.
"Se o jogo legal e regulado fosse banido, o ilegal tomaria conta do mercado. Nesse caso, os atuais críticos a um sistema que está prestes a ser controlado e fiscalizado teriam que lidar com o incontrolável", disse.
Atualmente, há mais de 200 empresas candidatas para operar legalmente no país, com pedido de licença em análise no Ministério da Fazenda. A regulamentação, para Jorge, visa proteger o consumidor e afastar a visão de que as apostas são um meio de enriquecimento rápido, ressaltando que “aposta não é meio de vida, não é caminho para fortuna, é apenas uma diversão”.
Para conter o avanço de operadores irregulares, o presidente da ANJL reforça que uma abordagem rígida e fiscalizadora será a saída para uma indústria saudável. Ele apela para que os críticos revejam suas mensagens, pois, segundo ele, “a saída é o apoio à boa regulamentação, porque a crítica avessa nos conduzirá a um cenário nefasto”.