O crescimento das apostas esportivas e a regulamentação do setor têm impulsionado as atividades de empresas de tecnologia jurídica. Isso se deve à necessidade do aumento das investigações sobre a idoneidade de agentes envolvidos no ecossistema desse mercado, como clientes e parceiros, afirma um artigo publicado no Migalhas, site especializado em notícias jurídicas.
Uma prova disso é a recente portaria 1.143, publicada em 12 de julho, que trata do combate à lavagem de dinheiro.
Entre os pontos principais da normativa, está a obrigação das empresas de apostas fazerem classificações de risco dos apostadores (checar a sua capacidade econômica comparada com as apostas que faz e se é uma pessoa exposta politicamente ou próxima a políticos) e informar transações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O Migalhas cita o caso da plataforma Kronoos, especializada em fazer pesquisas para conferir a idoneidade de pessoas físicas e jurídicas. Em meio à regulamentação, a companhia alega ter registrado um crescimento de 40% na demanda de casas de apostas.
Alexandre Pegoraro
"Essas empresas terão que fornecer relatórios detalhados sobre as condições legais e reputacionais dos usuários de seus produtos e serviços, assim como de outras organizações com as quais vierem a se relacionar para a operação de seus negócios. Humanamente, é impossível obter [sem tecnologia] este nível de informação sobre um volume tão grande de indivíduos e pessoas jurídicas como o que é necessário para garantir a saúde operacional deste tipo de empreendimento", disse o CEO do Kronoos, Alexandre Pegoraro.
Para Pegoraro, um exemplo de trabalho técnico e complexo está no trecho da portaria que afirma que as casas de apostas devem verificar se o apostador é pessoa exposta politicamente ou tem algum vínculo próximo com alguém que se encaixa nesse quesito.
“O melhor caminho para as bets cumprirem a lei com agilidade, eficiência e menores necessidades de investimentos é contar com a parceria das empresas desenvolvedoras de tecnologia especializada para isso. Elas conseguem fazer isso tudo em questão de segundos, com um grau de assertividade altamente elevado e cobrando apenas pelo volume de uso", explicou ao Migalhas.