Executivos do setor de jogos e apostas esportivas ouvidos pela revista Exame compartilharam suas expectativas com a iminente regulamentação do mercado por meio do projeto de lei (PL) 3.626/2023, atualmente em discussão no Senado.
Um dos pontos mencionados pelos entrevistados foi o potencial de geração de empregos. Estima-se que surgirão de sete a 12 mil novos empregos a curto e médio prazo após a regulamentação. A criação de centrais de atendimento e a necessidade de adequação às determinações da portaria do Ministério da Fazenda são alguns dos fatores que explicariam a abertura de novos postos de trabalho.
"A regulamentação do mercado de apostas tem o potencial de gerar milhares de empregos e ressalto, não só em quantidade mas em qualidade, ao gerar empregos qualificados em todo o ecossistema de jogos, e assim introduzir de vez o Brasil no cenário mundial da indústria do entretenimento", afirmou Marcos Sabiá, CEO do galera.bet, segundo a Exame.
Quem também compartilha dessa mesma visão é Cristiano Maschio, CEO da Qesh IP, empresa de pagamento que atende o setor de apostas. Para ele, “a regulamentação vai criar um leque enorme de oportunidades visando o crescimento do mercado, já que ele se torna mais seguro e confiável não só para quem aposta, mas para os executivos envolvidos com o segmento”. Maschio acredita ainda que surgirão novos cursos de capacitação para atender a essa demanda do mercado.
A reportagem da Exame traz o dado de que, atualmente, são poucos os cursos relacionados a jogos no Brasil: cerca de dez, sendo que apenas três em instituições públicas.
“A utilização destes recursos para democratizar a formação de profissionais de jogos eletrônicos pode impactar positivamente na economia e cultura do país. A criação de games envolve uma vasta gama de profissionais que vão muito além de programadores. Tais como roteiristas, desenhistas, músicos, entre outros ligados à arte dos jogos. O Brasil é um dos maiores mercados de games do mundo e fomentar a produção nacional será benéfico para futuras gerações”, afirma Vanessa Pires, diretora e fundadora da startup Brada!.
As profissões de programador, designer e desenvolvedor são algumas das que podem ter impulso com a regulamentação e expansão do mercado de apostas e jogos. Aliás, uma pesquisa da Indústria Brasileira de Games já demonstrou que a quantidade de desenvolvedores de plataformas de jogos digitais cresceu 152% entre os anos de 2018 e 2022.
"Temos um potencial enorme de crescimento em todos os sentidos, e o Brasil já exporta para alguns mercados bons desenvolvedores em plataformas esportivas. Com a regulamentação no país, e sendo um dos principais países do mundo que consome jogos eletrônicos, tenho certeza que as oportunidades de emprego e o surgimento de novos cursos vão se espalhar ainda mais por aqui", acrescenta Icaro Quinteiro, COO da Esportes da Sorte.