Virgínia Fonseca depõe à CPI das Bets e nega lucro com prejuízo de seguidores

AFIRMOU QUE OBEDECE A LEI DAS APOSTAS Virgínia Fonseca (Imagem: Andressa Anholete/Agência Senado)

O esperado depoimento da influenciadora Virgínia Fonseca na CPI das Bets ocorreu nesta terça-feira, 13 de maio, e provocou manchetes nos maiores veículos da imprensa.

Virginia, que tem mais de 50 milhões de seguidores no Instagram, prestou esclarecimentos sobre sua atuação como promotora das plataformas de apostas online Blaze e Esportes da Sorte.

Amparada por um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ela respondeu algumas perguntas mas ficou em silêncio quando questionada sobre os valores recebidos nas parcerias com as casas de apostas.

Segundo o Senado Notícias, a influenciadora negou informações dematéria da revista Piauí, publicada em janeiro, que afirmou que ela recebe um percentual do lucro da bet a partir da perda de cada apostador levado à plataforma por Virgínia.

De acordo com a revista, ela teria recebido um adiantamento de R$ 50 milhões em dezembro de 2022 e ganharia 30% de tudo o que os apostadores perdessem ao acessarem o site por meio de seu link — modalidade informalmente batizada como "cachê da desgraça alheia".



A influenciadora também afirmou que não conhecia as acusações de irregularidades contra a Esportes da Sorte, com quem firmou contratos de publicidade. A empresa foi alvo da Polícia Civil de Pernambuco em 2024, no âmbito de uma investigação sobre lavagem de dinheiro envolvendo jogos ilegais.

"Dentro da lei"

Virgínia explicou que seu contrato atual com a Blaze exige uma publicação por semana na rede social Instagram. Segundo ela, suas postagens que divulgam jogos de apostas começaram em dezembro de 2022 e observam as regras sobre publicidade de apostas à medida que surgem.

"Quando eu posto, sempre deixo muito claro que é um jogo, para se divertir, que [o usuário] pode ganhar e pode perder. Que para menores de 18 anos é proibido, que se possui qualquer tipo de vício o recomendado é não entrar, para jogar com responsabilidade... Coloco todas imagens exigidas pelo Conar [Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária]. Nunca falei para a pessoa entrar para fazer o dinheiro da vida dela. Não estou fazendo nada fora da lei", afirmou aos senadores. 

Em outro momento, Virgínia admitiu usar contas fornecidas pelas empresas para campanhas, mas negou que fossem falsas, explicando tratar-se de perfis criados exclusivamente para publicidade. A suspeita é de que essas contas sejam "viciadas" em ganhar, como já foi constatado em operações da polícia envolvendo outros influenciadores.

 

Tietagem

A reunião teve fatos curiosos, como o pedido de gravação de vídeo do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), que interrompeu o depoimento para fazer um registro com Virginia para a esposa dele.

Outra coisa que chamou a atenção e "deixou senadores incomodados", segundo o Metrópoles, foi uma foto postada por Virgínia com o presidente da CPI, Dr. Hiran (PP-RR), e a relatora e autora da convocação da influenciadora, Soraya Thronicke (Podemos-MS). Os três aparecem sorrindo e a legenda diz: "Obrigada pelo respeito e acolhimento".

Após depor em CPI das Bets, Virginia Fonseca posta em seus stories foto descontraída com presidente e relatora da CPI
Reprodução/Instagram

O Metrópoles afirma que "parlamentares questionaram o clima de descontração e intimidade que a foto passa", e que, "nos bastidores, senadores classificaram a imagem como inadequada" porque Virgínia é alvo de investigação da comissão.

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