Treinando a Geração Z: ferramentas que funcionam

Neste artigo, Svitlana Khaikova, head de learning & development da RedCore, explora como é, na prática, o treinamento corporativo moderno, compartilhando como a empresa adapta suas estratégias de aprendizado, motivação e desenvolvimento de carreira para atender às expectativas da Geração Z.

Confira:

Falamos com frequência sobre novas abordagens modernas de treinamento. Mas o que isso significa na prática? De quais ferramentas uma empresa precisa para trabalhar de forma eficaz com profissionais da Geração Z? Como essa geração percebe a informação e como isso, por sua vez, impacta o desenvolvimento de um sistema de treinamento corporativo? Qual é a participação deles no mercado?

Hoje, vou tentar responder a essas perguntas compartilhando as ferramentas bem-sucedidas que implementamos na RedCore. Recentemente, falei sobre esse tema como palestrante na 24ª Conferência de Liderança & Gestão de Recursos Humanos, realizada no Chipre.

Avançar e crescer continuamente na carreira

A idade média dos especialistas do nosso grupo empresarial é de 29 anos. Isso significa que interagimos diariamente com representantes da Geração Z, aprendemos a entender suas motivações, construímos processos que levam em conta sua visão de mundo e implementamos ferramentas que fazem sentido para eles.

Pesquisas globais confirmam o que já observamos há muito tempo dentro da empresa: a Geração Z é focada em movimento constante. O tempo médio que profissionais da Geração Z permanecem em um mesmo emprego é de apenas 1,1 ano, significativamente menor do que o de Millennials e da Geração X.

Na prática, eles esperam avançar a cada poucos meses, não anos, e veem o desenvolvimento como um processo contínuo, e não como raras mudanças de carreira. Segundo a pesquisa “Gen Z workplace blueprint”, da Randstad, um em cada três profissionais da Geração Z planeja trocar de emprego no próximo ano, sendo o principal motivo a falta de um plano claro de carreira e desenvolvimento. A Geração Z não tolera incerteza, tédio ou longas pausas no progresso pessoal.

Novas abordagens e ferramentas

É evidente que as empresas precisam se adaptar. Apresentações com quarenta e oito slides de texto e listas de informações já não funcionam. São necessárias novas ferramentas. Veja o que implementamos na RedCore para apoiar uma cultura de aprendizado contínuo e integrar de forma orgânica nossos especialistas da Geração Z aos processos corporativos.

O ponto-chave é a construção de mapas de carreira transparentes e a introdução de estágios curtos. Segundo o LinkedIn, a Geração Z é a mais móvel no mercado de trabalho, mais ativa do que outras na mudança de funções e na ampliação de habilidades profissionais.

Por isso, temos o programa Swap&Work, que permite aos especialistas experimentar uma nova função em outra equipe por 1 a 3 dias, sem mudar de cargo. Essa abordagem ajuda a vivenciar novas experiências, testar o interesse por outras atividades e ajustar a trajetória de carreira, inclusive migrando para uma nova área.

Em algumas unidades do nosso grupo, aliás, é possível avançar para o próximo cargo após apenas 4 a 6 meses. Além disso, implementamos um programa de mentoria profissional, no qual especialistas de nível pleno e sênior apoiam, por 3 meses, o desenvolvimento de profissionais juniores para ajudá-los a alcançar o próximo nível de expertise.

Motivação: competição por moeda interna

A motivação é igualmente importante. Temos um programa interno digital de pontos de benefícios chamado RedCoins, que podem ser obtidos como recompensa pela participação em diversas atividades corporativas, incluindo a conclusão bem-sucedida de cursos internos e o compartilhamento de conhecimento com colegas.

Os pontos acumulados podem ser “trocados” em nossa loja de benefícios, que oferece merchandising corporativo, equipamentos de marca e certificados para masterclasses. E são justamente os especialistas da Geração Z os mais ativos nessa corrida pelos RedCoins — para eles, não é apenas um incentivo, mas um verdadeiro “caminho do herói”, um desafio que torna o crescimento profissional mais interessante.

Outra característica marcante da Geração Z é a rejeição à rotina. Pela experiência, posso dizer que eles perdem o foco quando o conteúdo é desestruturado, monótono ou longo demais. Eles cresceram em um mundo de formatos curtos, respostas rápidas e reações imediatas — e levaram isso para a vida adulta.

Por isso, introduzimos o microlearning e um formato híbrido: blocos curtos de teoria combinados com prática junto a líderes de equipe ou colegas mais experientes. Enriquecemos todos os nossos cursos com gamificação: estudos de caso práticos, testes, quizzes e desafios. Esses elementos não são apenas decorativos — são a linguagem de uma geração acostumada a absorver informação rapidamente e por meio da interação.

Também incorporamos um assistente de IA aos cursos: ele se comunica, explica aspectos complexos e fornece informações adicionais. Isso é especialmente importante considerando que a Geração Z é a primeira a crescer totalmente em um ambiente digital.

No fim, chegamos a uma conclusão simples, mas importante: a Geração Z não é complicada. Ela apenas é diferente. Vive em um ritmo mais acelerado, prioriza de outra forma e percebe a informação e as trajetórias de carreira de maneira distinta. Quando adaptamos treinamento, motivação e lógica de carreira aos valores deles, conquistamos uma equipe extremamente engajada e criativa — uma equipe que impulsiona o negócio. E, o mais importante: não se esqueça de curtir as fotos dos seus especialistas.