Bruno Henrique, atacante do Flamengo, passou a responder criminalmente por estelionato em decisão tomada nesta quinta-feira, 4 de dezembro, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Junto com o jogador, também foram formalizados como réus seu irmão, sua cunhada e mais seis pessoas.
O jogador é acusado de levar um cartão amarelo propositalmente em um jogo contra o Santos, no Brasileirão de 2023. O intuito seria beneficiar pessoas do seu círculo próximo (incluindo o próprio irmão). Estes teriam lucrado com a informação ao apostar na punição em casas de apostas online. O atleta nega as acusações.
O TJDFT acatou, por unanimidade, um recurso do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Segundo o ge, a Justiça do DF já havia tornado o atacante do Flamengo réu por fraude esportiva em julho.
Na sessão de quinta-feira, a defesa de Bruno Henrique sustentou que o crime de estelionato só poderia ser configurado se as casas de apostas apresentassem denúncia — o que não ocorreu.
O relator do caso, desembargador Demétrius Gomes, divergiu e afirmou que a comunicação enviada pela International Betting Integrity Agency (IBIA) representa adequadamente os interesses das casas de apostas. Segundo ele, as empresas demonstraram vontade de punir os investigados, e essa atuação ativa elimina qualquer argumento de falta de representação.
Em novembro, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) acatou, parcialmente, os argumentos da defesa do atacante e reviu a punição inicialmente imposta ao atleta, revogando a suspensão de jogos (antes fixada em 12 partidas de gancho) e impondo uma multa de R$100 mil.