RELATÓRIO DA GAMBLEAWARE

Jovens de áreas pobres do Reino Unido sofrem até três vezes mais com problemas de apostas

Imagem: reprodução/web
10-11-2025
Tempo de leitura 2:04 min

Jovens de áreas mais pobres do Reino Unido são os mais afetados pelos danos do jogo, aponta nova análise da GambleAware. O estudo revela que pessoas entre 18 e 24 anos que vivem em regiões mais desfavorecidas têm quase três vezes mais problemas com apostas do que aquelas que vivem nas áreas mais ricas.

O relatório mostra que 11% dos jovens em comunidades mais carentes enfrentam problemas com o jogo, contra 4% nas regiões mais abastadas.

Outro dado indica que 21% das lojas de apostas no Reino Unido estão concentradas nas áreas mais pobres, enquanto apenas 2% estão nas mais ricas. Segundo a GambleAware, essa concentração contribui para a normalização do jogo entre jovens e crianças, aumentando a exposição e o risco de dependência.

A análise também identificou disparidades raciais. Entre jovens de 18 a 24 anos, aqueles de origem negra são mais de três vezes mais propensos a enfrentar problemas com o jogo do que os brancos (23% contra 6%). Entre os que são afetados pelo jogo de terceiros — amigos ou familiares —, 45% dos jovens negros também relatam problemas diretos com apostas, número mais que o dobro do registrado entre brancos (19%). Entre jovens de origem sul-asiática, o índice é de 30%.

O impacto do jogo na saúde mental também é significativo. Quase metade (45%) dos jovens com comportamento de risco em apostas relatam baixo bem-estar mental, e 24% apresentam alto risco de suicídio. Entre os sul-asiáticos, o quadro é ainda mais grave: 61% registram baixo bem-estar e 50% risco elevado de suicídio, o dobro da taxa observada entre os brancos (22%).

A insegurança financeira aparece como um dos principais gatilhos. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o motivo mais citado para começar a apostar foi a “chance de ganhar muito dinheiro” (34%). Outros fatores incluem exposição à publicidade de apostas e o envolvimento em atividades de jogo não regulamentadas.

A CEO interina da GambleAware, Anna Hargrave, destacou a gravidade dos resultados. “Nosso estudo mostrou que apostar desde cedo aumenta a probabilidade de uma pessoa sofrer danos relacionados ao jogo. Estamos cada vez mais preocupados com o impacto do jogo sobre os jovens e, especialmente, sobre as minorias”, afirmou.

Hargrave também defendeu maior controle sobre as casas de apostas. “Estamos preocupados com a concentração de estabelecimentos de jogos nas áreas mais pobres do país e apoiaríamos que as autoridades locais tivessem mais poderes para limitar o número de estabelecimentos, reduzindo a exposição e a normalização do jogo. Também queremos ver alertas de saúde incluídos em propagandas de apostas, para que as pessoas conheçam os riscos e saibam onde buscar ajuda”, completou.

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