O desfecho do caso Lucas Paquetá, acusado pela Federação Inglesa de Futebol (FA) de envolvimento em um esquema de manipulação de cartões para favorecer apostadores, continua indefinido. A demora vem causando estranheza até mesmo entre executivos experientes do futebol inglês, conforme publicou o jornal O Globo.
Keith Wyness, ex-CEO do clube Everton, revelou ter recebido informações de bastidores de que o meia do West Ham será inocentado, mas questionou publicamente o atraso na divulgação da sentença.
“Minhas fontes me disseram que o caso já estava concluído e que ele seria considerado inocente. Por que essa demora? A menos que haja alguma nova evidência que tenha surgido de última hora. É muito difícil de entender”, declarou Wyness no podcast Inside Track, do portal inglês Football Insider.
Para o dirigente, que hoje atua como consultor de clubes de elite no futebol europeu, a situação é considerada intrigante. “É muito surpreendente e misterioso o motivo pelo qual houve um atraso repentino depois de todas as audiências que foram feitas”, afirmou em entrevista.
Segundo Wyness, a indefinição tem travado negociações em torno do futuro de Paquetá. O West Ham estaria pronto para vender o jogador, mas aguarda o desfecho do processo para avançar.
“Agora, é realmente injusto. Não sou advogado, mas me parece que o processo está se tornando tão oneroso e falho que está impactando o West Ham em termos do que farão com ele na próxima temporada”, avaliou o executivo.
Paquetá está com o elenco na pré-temporada do clube inglês, iniciada nesta semana, mas seu futuro permanece indefinido. O nome do meia já foi ligado a propostas do Manchester City e de clubes da Arábia Saudita, mas, por enquanto, qualquer negociação está congelada.
“Havia rumores de que o Manchester City chegaria a 80 milhões de libras pelo Paquetá. Há rumores de que a Arábia Saudita também estaria fazendo uma grande proposta por ele. Mas ele não pode ser vendido no momento. Então há um potencial prejuízo sério com as ações da FA”, concluiu Wyness.
A investigação da FA acusa Paquetá de má conduta relacionada a apostas esportivas em quatro partidas da Premier League, entre novembro de 2022 e agosto de 2023: contra Leicester, Aston Villa, Leeds United e Bournemouth.
Segundo a acusação formal, apresentada em 2024, o meia teria tentado "influenciar o progresso, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência dessas partidas ao tentar intencionalmente receber cartões com o propósito impróprio de afetar o mercado de apostas".
Apesar de o julgamento ter sido previsto para abril, o resultado ainda não foi divulgado. De acordo com o jornal The Guardian, a complexidade do caso teria levado o painel independente responsável pela análise a não chegar a uma conclusão até o momento.
Publicamente, Paquetá sempre negou as acusações. “Cooperei com todas as etapas da investigação e forneci todas as informações que pude durante estes nove meses. Nego as acusações na íntegra e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome. Devido ao processo em andamento, não fornecerei mais comentários", disse o atleta, em maio de 2024.