A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), apresentou um requerimento que pede ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) um relatório de inteligência financeira pessoal de Ednaldo Rodrigues, atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Sob a justificativa de "compreender com maior profundidade os fluxos financeiros relacionados ao setor esportivo e suas eventuais conexões com o mercado de apostas", a senadora afirma que a relação entre a CBF e o setor de apostas esportivas "é complexa e tem ganhado destaque nos últimos anos, diante do crescimento acelerado desse mercado e dos riscos que ele representa à integridade das competições".
O requerimento de Thronicke pode ser lido neste link.
O patrocínio de casas de apostas aos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, além da publicidade frequentemente presente nas competições organizadas pela entidade que comanda o futebol brasileiro, chama a atenção e exige fiscalização, segundo a proponente.
"A magnitude financeira envolvida nas apostas e a limitação atual dos mecanismos de fiscalização — agravada pela recente regulamentação do setor e pela origem internacional de diversas operadoras — impõem a necessidade de diligência reforçada por parte desta CPI", afirma o documento.
Avanço nas investigações
Esse pedido aumenta o escopo da investigação da comissão em relação à CBF, já que, no mês passado, Thronicke já havia pedido Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) referentes à entidade, abrangendo o período de 1º de janeiro de 2022 a 31 de março de 2025.
No requerimento, a senadora afirmou que a solicitação tem como objetivo "subsidiar as investigações da comissão parlamentar de inquérito que apura a crescente influência dos jogos virtuais de apostas no orçamento das famílias brasileiras", sua possível associação com organizações criminosas envolvidas em lavagem de dinheiro e o papel de influenciadores digitais na promoção desse tipo de atividade.
Ambos requerimentos ainda precisam ser votados e aprovados pelos senadores, e então enviados ao Coaf.