A Associação de Mulheres da Indústria do Gaming (AMIG) , em parceria com a KTO, divulgou uma pesquisa sobre o comportamento das mulheres nas apostas esportivas no Brasil. O levantamento, conduzido por Simone do Vale, Maria Paula Nascimento e Priscila Teixeira Ferreira, todas integrantes da AMIG e do time de pesquisa da KTO, revela dados sobre o perfil feminino nesse mercado.
O estudo ouviu 550 entrevistados, com a participação feminina em apostas superando a masculina: 51% contra 49%.
“Essa pesquisa mostra o quanto o olhar feminino está impactando a indústria de apostas no Brasil e como o mercado precisa se adaptar para acolher e valorizar essa presença crescente”, destacou a AMIG no lançamento.
A maioria das jogadoras tem entre 18 e 39 anos (81,3%), revelando um público jovem e altamente digital. Em termos geográficos, São Paulo lidera com 10,26% da participação, seguido por Bahia (8,49%) e Rio de Janeiro (4,94%).
Mais da metade (53%) possui nível superior e pertence à classe média, demonstrando que o perfil da apostadora brasileira é de uma mulher instruída e economicamente ativa. Além disso, a preferência por dispositivos móveis mostra a força do mobile gaming, com a maioria apostando pelo celular.
A frequência também chama atenção: cerca de 40% das mulheres apostam semanalmente.
Apesar de apenas 12% das mulheres apostarem exclusivamente em esportes, o futebol é o favorito (65%), seguido por basquete (16%) e tênis (14%).
Em relação ao conhecimento técnico, 85% dizem entender bem as apostas simples, mas apenas 52% têm noção sobre probabilidades. Além disso, a maioria desconhece ou não utiliza ferramentas como o betbuilder ou apostas acumuladas, o que indica espaço para educação e aprofundamento no tema.
As principais fontes de informação utilizadas por elas incluem notícias esportivas (20%), conhecimento próprio (19%) e amigos ou familiares (16%).
A pesquisa também revela que 70% das mulheres apostam principalmente por diversão e pelo aspecto social da prática, enquanto 30% adotam uma abordagem mais estratégica, tratando as apostas como investimento.
Outro dado relevante é o comportamento financeiro. A maioria mantém os gastos sob controle: 28% gastam até R$100 por semana, enquanto apenas 6% gastam entre R$100 e R$200, e 3% mais de R$200. Além disso, as mulheres são mais propensas a utilizar ferramentas de autoexclusão e limites de apostas, o que aponta para um perfil de consumo mais consciente.
Mesmo com a crescente presença feminina, desafios importantes persistem. O estigma social ainda ronda a figura da mulher que aposta, e muitas plataformas não são pensadas para atrair esse público. A ausência de comunidades voltadas às mulheres apostadoras também dificulta a criação de vínculos e a permanência nesse ecossistema, aponta o estudo.
"O estigma social associado às mulheres que apostam ainda é um obstáculo, já que o
iGaming historicamente tem sido dominado por homens", diz um trecho do material.
Apesar disso, o relatório vê um potencial de crescimento significativo para o mercado de apostas femininas, desde que as empresas invistam em experiências inclusivas, conteúdo educativo e ambientes digitais acolhedores.