Um levantamento nacional realizado pelo Instituto DataSenado, e divulgado nesta quarta-feira, 23 de abril, revela que a maioria da população brasileira é favorável à legalização de cassinos, bingos e jogo do bicho.
Segundo o estudo, 60% dos brasileiros (cerca de 102 milhões de pessoas) são favoráveis à legalização dos jogos físicos. Em contrapartida, 34% se mostraram contrários à medida. O restante afirmou não ter opinião formada sobre o assunto ou preferiu não responder.
A pesquisa revela ainda que mais de um quarto da população — o equivalente a mais de 44 milhões de pessoas — manifesta interesse em participar dessas atividades caso sejam legalizadas.
O download da pesquisa completa pode ser feito neste link.
A pesquisa foi encomendada pelo senador Irajá (PSD/TO) para subsidiar a discussão do Projeto de Lei nº 2234, de 2022, atualmente em tramitação no Senado Federal. O projeto, já aprovado pela Câmara dos Deputados em março de 2022, propõe regulamentar e fiscalizar a atividade de jogos de azar no país citadas acima.
Irajá vem se mobilizando para que o PL seja colocado em pauta ainda no primeiro semestre, mas o líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), afirmou há poucas semanas que "não há clima" político para votar a proposta.
Percepção da Efetividade da Proibição
A atual proibição dos jogos não é considerada eficaz por três em cada quatro entrevistados. Apenas 25% acreditam que a ilegalidade reduz significativamente a oferta de jogos. Já 29% entendem que a proibição “não reduz nada” e outros 41% consideram que ela reduz apenas “pouco” ou “moderadamente” o acesso aos jogos.
A legalização dos jogos também é vista como uma oportunidade para impulsionar a economia. Para 58% da população, a medida aumentaria a arrecadação de impostos. Além disso, 44% acreditam que haveria crescimento no número de empregos, embora 36% avaliem que o impacto sobre o mercado de trabalho seria neutro.
Regulação e Preocupações Éticas
A maioria dos entrevistados também apoia medidas regulatórias associadas ao projeto. Entre elas, 82% julgam como “muito” ou “importante” o combate à lavagem de dinheiro nas empresas do setor. Outros 62% aprovam a fiscalização das máquinas de jogo, como caça-níqueis, para garantir transparência e honestidade.
Outra proposta bem recebida é a criação de um cadastro nacional, sigiloso, de pessoas com vício em jogos: 54% consideram a iniciativa positiva. Ainda sobre os riscos sociais, 77% acham importante que haja regras para evitar o endividamento dos jogadores.
Entre os dias 21 de fevereiro e 1º de março de 2025, foram entrevistadas 5.039 pessoas com 16 anos ou mais, por meio de amostragem probabilística e estratificada. O universo da pesquisa corresponde a cerca de 171 milhões de brasileiros. A margem de erro média foi de 1,72 ponto percentual, com nível de confiança de 95%, segundo o DataSenado.