Ludiara Sousa: "Blaze está trabalhando dentro dos requerimentos regulatórios para ter uma grande presença no mercado brasileiro"

Uma das casas de apostas licenciadas no Brasil, a Blaze marcou presença no SBC Summit Rio 2025, realizado na última semana de fevereiro, no Rio de Janeiro (RJ). Além de ter um stand próprio, a empresa esteve representada pela head global de pagamentos, Ludiara Sousa, em dois painéis da agenda de conferências.

Em entrevista exclusiva ao Yogonet, a profissional destacou o trabalho que a Blaze vem fazendo no mercado brasileiro e mencionou o Pix como um grande diferencial na questão dos pagamentos para as bets. 

“O Pix veio para revolucionar e mudar o mercado. Tenho a certeza de que se não fosse o Pix, isso aqui no Brasil hoje não existiria”, afirmou, referindo-se ao crescimento da indústria no país.

Confira abaixo a entrevista:

Você está na Blaze desde abril de 2024 e, nesse período de um ano, houve muitas mudanças no mercado de apostas. Na questão de pagamentos, qual foi a principal mudança que a empresa precisou se adequar com esse novo marco regulatório no Brasil?

Primeiramente, operar com provedores que são licenciados pelo Banco Central. Então, a gente teve que fazer primeiramente essa seleção e selecionar realmente parceiros que, dentro do meu conhecimento, eu entendia que iam ser os parceiros mais fortes dentro do mercado para oferecer o melhor produto e assim poder entregar ao usuário final um produto de qualidade.

Na regulamentação, foi proibido o uso de cartão de crédito e do boleto. Há dados também de que as pessoas usam muito o Pix. O que você acha dessa limitação nas formas de pagamento? Ela é saudável e realmente protege o apostador?

Com certeza, porque o Pix é o único método de pagamento que está atrelado ao CPF. Então, por estar atrelado ao CPF e pelos requerimentos regulatórios, é muito fácil estar em compliance com o regulador, porque aí você já faz a validação do CPF, você já faz o bloqueio de menores de idade, falecidos, vários bloqueios e depois, ainda por cima, a gente faz o KYC [Know Your Costumer].

A gente só aceita a chave Pix com CPF. Então, quer dizer que o depósito por terceiros não existe. Se não faz um match com CPF do usuário com CPF registrado na instituição financeira, o depósito não é aceito. Então, o Pix veio para ficar. Ele trouxe essa rapidez, segurança e é um método utilizado por mais de 80% da população adulta brasileira. Não tem sentido eu colocar outro método e também não foi um impacto para o mercado. 

Outro tema que eu queria saber a sua opinião pessoal: o Nubank e o Bradesco  começaram a emitir alertas quando o apostador vai fazer uma transferência Pix para uma casa de apostas. Muita gente na indústria pontua que isso, na verdade, prejudica o mercado regulado, porque ele está emitindo aquele alerta para empresas que são legalizadas. Eu queria saber se você acompanhou essa polêmica e que você pensa dela?

Realmente, foi uma medida inesperada pelo lado nosso, dos operadores, porque as bets têm três reguladores em cima. Eu esperava um apoio maior das instituições financeiras. E foi o que eu disse: vamos também trazer à luz os payouts, os pagos, os saques, porque eu já vi vidas mudarem. Então, não é só você que está trazendo dinheiro para as bets, eu também estou dando retorno a esses clientes.

Por exemplo, o retorno do mercado brasileiro é o maior que existe dentro do mercado de jogo. Não existe nenhum outro mercado com uma taxa de saque tão alta como o Brasil. Não era um comportamento esperado. Não julgo, mas também não apoio.

Vi pelo seu LinkedIn que você tem experiência trabalhando também em outros mercados, mercado da Europa. Você vê muitas semelhanças entre o mercado brasileiro e o de outros países ou são mercados completamente diferentes?

Trabalhei em vários mercados e o Brasil tem o grande diferencial, que é o Pix. Então, é tudo muito mais fácil e mais seguro para a empresa. É menos custo, porque o pagamento pode ser bem custoso, caro. O chargeback, por exemplo, no mercado dos Estados Unidos, é muito complicado, porque você recebe muitos chargebacks, então o custo para a empresa é muito alto, tanto o custo do chargeback em si como da parte administrativa.

No Brasil, a taxa de chargeback é praticamente zero. O Pix veio para revolucionar e mudar o mercado. Eu tenho a certeza que se não fosse o Pix, isso aqui no Brasil hoje não existiria. 

Você gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

A Blaze está trabalhando dentro dos requerimentos regulatórios e a gente está fazendo um trabalho muito grande em equipe para ter uma grande presença no mercado brasileiro. A gente tem mesmo um compromisso com a sociedade, que é cuidar e oferecer todas as ferramentas para um jogo responsável. A gente quer que os nossos clientes estejam na plataforma para se divertir.