O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, comentou sua preocupação com o impacto do crescimento das apostas esportivas no Brasil e defendeu a proibição do uso do Pix para pagamentos nesse setor.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Sidney alertou para uma "bolha de inadimplência" que estaria se formando em meio à explosão das apostas, especialmente entre as famílias mais vulneráveis.
“Se não for possível proibir de imediato o pagamento com Pix, ao menos que se estabeleçam limites de valores máximos para apostas [nessa modalidade de pagamento], tal como o BC já limita transações à noite”, sugeriu. Ele argumentou que seria necessário, no mínimo, impedir que beneficiários de programas sociais utilizem o Pix para apostar.
Segundo o presidente da Febraban, o avanço das apostas esportivas pode gerar um efeito dominó na economia brasileira, afetando desde pequenos comerciantes até grandes empresas. “Precisamos impedir que essa bolha exploda. Não podemos pagar para ver, e essa aposta não iremos fazer”, afirmou.
Sidney também criticou o uso do cartão de crédito para apostas, que será proibido a partir de janeiro de 2025.
O executivo ressaltou que o cenário se tornou ainda mais alarmante após a divulgação de dados do Banco Central, que revelaram que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas via Pix apenas no mês de agosto. “É chocante e dramático. Esses números mostram que a situação já saiu do controle”, avaliou.