Parte dos 113 pedidos para operar apostas de quota fixa e jogos online no Brasil não deve prosperar, afirma reportagem do UOL.
Integrantes do setor de jogos consultados pelo portal afirmam que "apesar de não haver números oficiais sobre o mercado, o país não conta com essa quantidade de empresas estruturadas para seguir a regulamentação que entra em vigor em 1º de janeiro de 2025."
O número de credenciamentos surpreendeu o mercado, que tinha expectativa de 50 a 70 inscrições. Mas especialistas afirmam à reportagem que "não há demanda para tanta concorrência e nem mesmo tantas empresas com capacidade para se manter no negócio", e por isso a tendência é parte dessas empresas passar por fusões ou simplesmente sair do mercado nos próximos anos.
Leia também:"Temos uma baita oportunidade do ponto de vista de tecnologia, conteúdo e dados"
O custo para licença é alto, R$ 30 milhões por outorga e outros R$ 5 milhões para depósito compulsório, mas o valor só vai ser pago ao governo ao final do processo de avaliação dos pedidos. Por isso muitas empresas acabaram fazendo o pedido mesmo sem ter a capacidade de passar no processo seletivo, dizem especialistas na área.
Magnho José, presidente do Instituto Jogo Legal, acredita que o mercado sofrerá grandes mudanças
Opiniões
"Em dois anos vamos ver a mudança de mercado", disse, ao UOL, Magnho José, presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL) e editor do site BNLData.
Leia também: KTO deixa mercados do Peru e Chile para focar no Brasil
"Nenhum mercado tem espaço nem para 60 empresas. Naturalmente um próximo capítulo é passar por algum tipo de consolidação" afirmou Márcio Malta, presidente da empresa de jogos lotéricos Sorte Online.
"Literalmente tinha gente operando a partir de um coworking ou de uma garagem e hoje vai precisar ter no mínimo quatro diretores estatutários, um financeiro, um de compliance, um CEO e um de ouvidoria, além de estrutura financeira e de marketing robustas", disse Marcos Sabiá, CEO do galera.bet.
O governo tem até o fim do ano para avaliar se as companhias que se cadastraram até ontem cumprem os requisitos para funcionar no país e liberar as autorizações para que elas atuem a partir de janeiro.
Quem for aprovado para ter a licença vai poder operar até 3 sites. Ou seja: se todas as que já pediram conseguirem a licença, ao menos 300 sites estarão em funcionamento.