AÇÃO RECORRE A ARTIGOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Homem processa Neymar e influenciadores digitais em R$ 1 milhão após perder economias em apostas

03-05-2024
Tempo de leitura 2:03 min

Depois de perder todo o seu dinheiro ao apostar na plataforma Blaze, Erick Amaro Pinheiro Paiva, morador no Rio de Janeiro, está movendo um processo milionário contra o jogador de futebol Neymar Jr., o youtuber Felipe Neto e os influenciadores digitais Jon Vlogs, Juju Ferrari e Nanna Chara.

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Ele afirma que foi influenciado pelo atleta por meio de suas redes sociais a usar todo seu dinheiro na casa de apostas e perdeu tudo o que vinha guardando há anos. Agora, ele pede não somente o valor investido, como também uma alta indenização. 

No processo também estão arroladas as empresas Blaze (casa de apostas em que ele perdeu todo o dinheiro), Okto Pagamentos S.A., Pagsmile Intermediação e Agenciamento de Negócios Ltda., e Luxpag Meios de Pagamentos Ltda.

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De acordo com o portal Ig, Erick disse que assistiu a diversos vídeos postados nas redes sociais por estes influenciadores, que recomendaram a Blaze como uma possibilidade de ganhar altas quantias em dinheiro sem precisar sair de casa, apenas apostando nos joguinhos da plataforma.


Blaze chegou a utilizar a atriz menor de idade Sophia Valverde, infringindo as regras do Conar

Ação

Ao buscar informações depois de perder suas economias, Erick afirma que descobriu, por meio de tutoriais publicados no YouTube por pessoas que já trabalharam com a Blaze, que todos estes influenciadores digitais usavam um perfil de "treinamento" na plataforma de apostas, que estava devidamente programado para fazer o jogador ganhar vultuosas quantias em dinheiro.

"A referida constatação, nos conduz ao óbvio, a conta treinamento/fake/demo da plataforma, possui um algoritmo diferente da conta 'real', a pessoa vê os influenciadores apostando, ganhando a tal 'renda extra', sem saber que os mesmos usam a conta demo, ao apostar na conta 'real', com um algoritmo diferente, a pessoa perde suas apostas", diz a ação.

Embora saiba que os influenciadores não sejam sócios da Blaze, o autor da ação os responsabiliza por incentivar seus seguidores a perderem dinheiro e recorre a artigos do Código de Defesa do Consumidor, que coloca os divulgadores da plataforma como culpados por fazer com que seus seguidores consumam os produtos e serviços que divulgam. Além disso, ainda cita que muitos deles sequer sinalizam que suas publicações se tratam de um conteúdo publicitário.

"Desta forma, o consumidor não consegue identificar que se trata de um conteúdo comercial, tornando-o vulnerável frente a publicidade realizada, razão pela qual se torna possível a responsabilização desses profissionais frente a produtos e serviços que causem algum tipo de dano ao consumidor", diz a ação.

"Os digitais influencers não apenas dão rosto ao produto, colaborando para posicioná-lo no mercado, mas demonstram como deve ser feita sua utilização, assim como explanam suas especificações. Quando tal objetivo não é alcançado e, ao contrário, é ocasionada uma lesão ao consumidor, seja ela material ou à saúde e à segurança, está-se diante da responsabilidade civil nas relações de consumo."

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