O presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), Hazenclever Lopes Cançado, esteve presente no SBC Summit Rio, realizado entre 5 e 7 de março.
Cançado participou de um painel em que falou sobre como o Rio de Janeiro vem conduzindo o processo regulatório das apostas e destacou o potencial do setor. Durante o SBC Summit, ele também concedeu uma entrevista à Yogonet. Confira:
Primeiramente, qual é a importância de uma autoridade, um representante público ter esse diálogo com o mercado, com os operadores?
Nós, enquanto ente público, enquanto um órgão regulador, precisamos interagir com a sociedade. Precisamos interagir com os outros entes do país, com o apostador, os players, as casas de apostas, com toda a indústria, fornecedores de soluções, de plataformas, de produtos para trazer a segurança, toda a fiscalização necessária. Não podemos nos fechar nos gabinetes e nos isolarmos da sociedade.
Com essa interação, nós podemos demonstrar o quanto a Loterj hoje é a melhor opção para os investidores, o quanto a Loterj é atrativa, a segurança jurídica que a Loterj tem. E assim nós construímos os modelos de jogos, os modelos de regulação que realmente o mercado anseia, precisa e merece.
Ontem à noite [6 de março] tivemos o privilégio de, pela primeira vez na história, um governador de estado estar presente em um grande evento da indústria de jogos e loterias. Jamais um governador esteve presente e o governador Cláudio Castro esteve lá ontem dizendo: “meu governo apoia a regulamentação, meu governo quer o jogo responsável, quer regras claras, quer que os investidores venham. O meu governo quer segurança para os apostadores e para o mercado”.
Daqui a pouco, nós teremos a regulação dos cassinos e o Rio de Janeiro é o melhor local para os cassinos. Então, a presença do governador Cláudio Castro foi histórica nesse sentido.
A Loterj está sempre de portas abertas para receber representantes de todos os segmentos. Vamos construir o melhor para a indústria de jogos com diálogo, com interatividade. É isso que nós estamos fazendo e o Rio de Janeiro é o oceano azul para os jogos de loteria. Aqui é o local para as empresas investirem.
Aproveitando que você mencionou os cassinos presenciais, há um projeto no Senado que prevê a legalização e regulamentação desses jogos (PL 2.234/2022). Você vê potencial para isso?
Total. Já passou da hora de estar regulamentado. Infelizmente, o radicalismo cultural, social e religioso tem essa briga de ideologias. O cassino vai trazer também geração de empregos para o Brasil. São milhões de empregos que poderão ser gerados. É receita, é imposto. Hoje nós temos aí no país, constantemente, notícias de operações policiais fechando cassinos clandestinos. Nós não podemos mais fazer vista grossa e tapar nossos ouvidos para a realidade.
Os brasileiros viajam o mundo inteiro para não só apostar, mas para ter uma diversão no cassino, para ter o entretenimento. Nós estamos aqui no SBC com quatro mil pessoas, participantes do mundo inteiro, de alto potencial de investimento, de alto poder aquisitivo. Só nessa semana, teríamos, pelo menos, quatro mil pessoas visitando os nossos cassinos. Não há mais por que o governo federal não regulamentar. Não há mais por que o Congresso Nacional, os parlamentares deixarem isso na gaveta. O Brasil precisa disso.
Quando a União liberar os cassinos, nós queremos que o primeiro seja instalado no Rio de Janeiro. Foi aqui a primeira aposta esportiva credenciada e os primeiros jogos online regulamentados. O primeiro estado que ofereceu a vaquejada legalizada na aposta esportiva e o primeiro pôquer online. É aqui que nós vamos ter o primeiro cassino físico.
No seu painel, você comentou que o objetivo da regulamentação não é concorrer com outros estados nem com a União, mas a imprensa tem citado a preocupação do governo federal com uma suposta guerra fiscal entre estados que estão regulando o setor de apostas. Como é que você vê isso?
Não há guerra fiscal. É um mercado e nós temos a nossa fatia nesse bolo. A União tem a dela e todos os outros estados têm o deles. Descarto qualquer possibilidade de disputa ou de guerra fiscal do Rio de Janeiro com os outros estados ou com a União. Não há a menor possibilidade de ação da nossa parte quanto a isso.