O deputado estadual Roberto Razuk Filho (PL-MS), o Neno Razuk, é apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) como líder de uma organização criminosa que queria o controle do jogo do bicho em Campo Grande e também, ao menos, na região sul de Mato Grosso do Sul. Segundo a investigação, ele também negociava investimento de R$ 30 milhões na atividade ilegal.
A informação é do site de notícias Campo Grande News.
O portal teve acesso ao relatório da Operação Successione, em que interceptações telefônicas e de mensagens obtidas no telefone do braço direito e um dos gerentes do grupo de Razuk na Capital, o major reformado da Polícia Militar, Gilberto Luiz dos Santos, mostram a liderança do deputado estadual no esquema e conversas sobre o aporte de R$ 30 milhões de investidor de fora do Estado no jogo do bicho em Campo Grande.
O grupo de Razuk teria sido procurado por um investidor não identificado para planejar o controle do jogo do bicho no estado de Goiás, onde o líder seria o Carlos Augusto Ramos, o “Cachoeira”.
“Ele apareceu do nada aí, me ligou pra tomar uma gelada, aí lembrou daquela situação que ele queria derrubar o Cachoeira lá de Goiânia. Eu falei “Ah cara! Eu não sei como que tá aquilo lá não, ninguém mais te ligou?””, revela o diálogo transcrito pelo Gaeco. Assim, surgiria a tentativa de parceria para o aporte de R$ 30 milhões.
Para o Gaeco, as conversas registradas revelam a liderança do deputado à frente da organização criminosa. Razuk é deputado estadual eleito em outubro de 2022 com 17.023 votos. Ele nega as acusações e afirma que é alvo de uma armação.
Em 22 de fevereiro, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul foi oficiada sobre o processo da Operação Successione. O presidente da Casa de Leis, Gerson Claro, disse na ocasião que a investigação não está diretamente relacionada ao mandato do parlamentar, por isso, uma possível investigação interna ou afastamento só seria discutido se houvesse pedido formal de um partido político.