O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) realizou, nesta terça-feira, 20 de maio, a Operação Totonero para investigar o jogador Ênio, do Juventude, e outras pessoas suspeitas de envolvimento em manipulação de resultados para beneficiar apostas esportivas.
A operação foi deflagrada em Caxias do Sul (RS) e contou com o cumprimento de dois mandados de busca: um na residência do atleta e outro no Estádio Alfredo Jaconi, especificamente no armário de uso pessoal do jogador.
Segundo o GAECO, os alvos são investigados por organização criminosa, pelo artigo 198 da Lei Geral do Esporte — que trata de atos para alterar ou falsificar resultados de competições esportivas — e por eventual estelionato associado. A legislação prevê pena de dois a seis anos de prisão, além de multa.
Imagem: Grégori Bertó/GABCOM/MPRS
A ação atende a um pedido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que alertou o MPRS sobre movimentações atípicas em apostas envolvendo cartões recebidos pelo atleta. De acordo com a denúncia, pessoas ligadas ao jogador teriam apostado valores acima do normal em lances com alta probabilidade de punição por cartão amarelo.
“O objetivo da operação foi obter mais provas sobre distorções em apostas que prejudicaram centenas de pessoas para favorecer algumas”, diz o comunicado do GAECO. Ainda segundo a investigação, havia indícios de informação privilegiada sobre o recebimento de pelo menos dois cartões amarelos em duas partidas distintas.
Foram recolhidos documentos, mídias e dispositivos eletrônicos, como celulares, para análise. O Ministério Público espera, com o material apreendido, identificar outros possíveis envolvidos no esquema. A investigação segue em andamento.
Dias antes da ação do GAECO, a RCF Sports, empresa que representa o jogador Ênio, do Juventude, já havia se pronunciado publicamente após o nome do jogador ser citado em mais uma suspeita de manipulação de resultados. Em nota divulgada nas redes sociais do advogado Renan Coelho Costa, a assessoria jurídica da RCF afirmou que as acusações são “profundamente injustas” e reforçou a confiança na inocência do atleta.
“As acusações que estão sendo feitas são profundamente injustas, nos entristecem e abalam uma família inteira. Apurem os fatos e tragam provas do envolvimento do atleta de forma concreta e justa!”, diz o comunicado.
Em nova publicação feita nos stories do Instagram, após a ação do GAECO, a RCF Sports ressaltou que o atleta segue à disposição para esclarecer o caso e que o único objetivo de Ênio sempre foi "exercer a profissão de forma digna, leal e honesta".