Andres Rueda

Presidente do Santos depõe em CPI das pirâmides financeiras e detalha acordo com a Blaze

23-08-2023
Tempo de leitura 3:02 min

O presidente do Santos, Andres Rueda, deu seu depoimento nesta terça-feira (22) na CPI das Pirâmides Financeiras, que investiga esquemas de pirâmides financeiras com o uso de criptomoedas, além de prejuízos causados ao povo brasileiro.

O clube foi chamado para depor porque tem o patrocínio da empresa de cassino e apostas online Blaze, empresa de cassino e de apostas esportivas on-line com sede em Curaçao, no Caribe. A CPI investiga denúncias de que a Blaze teria deixado de pagar prêmios a clientes brasileiros.

A Agência de Notícias da Câmara informa que o deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ) justificou que “os responsáveis pelas plataformas de jogos de azar sediadas no exterior se valem de criptoativos como métodos de pagamento dos prêmios e para receber recursos, imperioso questionar aos convocados quem são os representantes da plataforma Blaze no País”.

Ele quer ainda que o Peixe entregue o contrato de patrocínio assinado com a empresa.

Segundo Rueda, a patrocinadora master do clube –que ocupa o principal espaço nas camisas dos jogadores– foi indicada por intermédio de Neymar da Silva Santos, pai do jogador Neymar Jr., por meio da empresa MM Consultoria, a qual, disse Rueda, teria ficado com uma comissão de 10% no negócio.

O presidente do Santos informou ainda que o contrato é de dois anos, com valor total de R$ 45 milhões – R$ 25 milhões pagos à vista e parcelas mensais de R$ 869 mil, que até o momento, vem sendo pagos de forma correta.

“A empresa, inclusive é interveniente no contrato, é a NN Consultoria Esportiva Empresarial LTDA. O contato inicial feito com o Santos, feito comigo, foi com o senhor Neymar pai. Ele tem um relacionamento amistoso com o clube. Ele me ligou falando: “Olha, vocês estão precisando de patrocínio. Eu tenho um patrocínio aqui que está patrocinando meu filho, no caso o Neymar Jr., vocês teriam interesse em conversar com eles? Eu prontamente falei que sim e recebi o pessoal da Blaze”, disse o mandatário alvinegro.

Rueda chamou a atenção dos deputados quando afirmou que desconhece quem são os donos da Blaze. “Eu não posso garantir quem é o dono. Eu não tenho essa informação. No nosso contrato, quem assina pela Blaze é Cindy e Lily, mas não posso afirmar se são donos ou prepostos. Assinam como patrocinadores”, declarou.

Confrontado pelos parlamentares com a informação de que a Blaze acumula processos judiciais e de que seu proprietário não pôde ser localizado, o presidente do Santos anunciou que vai pedir explicações à empresa e se comprometeu a encaminhar o contrato de patrocínio à CPI.

Neymar Pai pode ser convocado por CPI após presidente do Santos revelar comissão de 10% por patrocínio

O presidente do Santos, Andres Rueda, afirmou na CPI das Pirâmides Financeiras que o contrato de patrocínio do Santos com a empresa Blaze foi feito com intermediação e pagamento de comissão à empresa do atacante do Al Hilal, Neymar Jr.

Com a informação, o deputado Caio Vianna (PSD-RJ) irá apresentar um requerimento pedindo a presença do pai de Neymar. O GLOBO apurou que o pedido deverá ser analisado ainda nesta semana.

Rueda foi convocado a prestar depoimento à comissão para responder sobre questões relacionadas à empresa. Questionado pelo presidente da comissão, Áureo Ribeiro (SD-RJ), sobre quem intermediou o negócio, o mandatário do Santos afirmou que foi a empresa do ex-atacante do clube com seu pai.

—A empresa, inclusive está no contrato, NN Consultoria Esportiva. E o contato inicial feito com o Santos, comigo, foi feito com o senhor Neymar Pai. Ele tem um relacionamento amistoso com o clube e ele me ligou dizendo “Olha, vocês estão precisando de patrocínio. Tenho um que está patrocinando o meu filho, vocês teriam interesse em conversar com eles?”. Eu prontamente falei que sim.

Questionado, então, se a empresa recebeu algum valor de comissão, Rueda confirmou.

—A agência dele, que intermediou o negócio, teve um valor de comissionamento de 10% — afirmou.

A Blaze é investigada pela CPI das Pirâmides Financeiras em razão de denúncias sobre a propriedade da empresa e sua capacidade de honrar com o pagamento das apostas realizadas no site, o que poderia caracterizar a companhia como uma pirâmide.

Rueda, por exemplo, foi questionado pelos integrantes da CPI sobre quem são os representantes da plataforma, mas só soube informar quem foram os procuradores da empresa que assinaram o contrato com o Santos.

Os deputados suspeitam que algumas casas de apostas estariam cometendo fraudes ou deixando de honrar prêmios aos consumidores, o que as caracterizaria como uma pirâmide, além de lançar mão dos chamados criptoativos, como Bitcoin, para movimentar valores. O GLOBO tentou entrar em contato com a Blaze, mas ainda não obteve resposta.

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