O Brasil pode ganhar mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dedicada a investigar esquemas de apostas e manipulação de resultados. O deputado estadual Afonso Fernandes (PL) está coletando assinaturas para criar uma CPI sobre o tema na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac).

Em entrevista ao programa Boa Conversa – Edição Aleac, o parlamentar declarou já ter seis das oito assinaturas necessárias para instaurar a CPI. “Conversei com alguns pares, mas outros estão receosos de assinar porque não é um assunto simples. A coisa está estourando Brasil afora. Isso é um negócio muito grande. O assunto é cabeludo”, disse Fernandes.

“Eu tenho sido procurado no meu gabinete, inclusive, por pessoas querendo apresentar prova disso, prova daquilo. Então, se as pessoas estão procurando, é porque estão se sentindo lesadas. Enquanto milhões jogam honestamente, outros burlam tudo”, acrescentou na entrevista que pode ser vista acima. 

A motivação para a criação da CPI veio após a Operação Jogada Marcada, deflagrada em abril pela Polícia Civil do estado de Goiás. Como resultado, foram presas seis pessoas suspeitas de envolvimento com esquema de apostas e manipulação de resultados no futebol. Vieram à tona provas do grupo aliciando jogadores e manipulando partidas até mesmo fora do Brasil, no intuito de lucrar com palpites certeiros em plataformas.

“Mesmo que não haja nenhum envolvimento do futebol acreano, de jogadores, de dirigentes ou de treinadores com esse tipo de prática, a gente precisa levantar essa voz aqui nesta Casa, para que, se não houver, não venha a haver”, argumentou Fernandes, em pronunciamento no dia 9 de abril, segundo publicação da Aleac.

Em nível nacional, já foram instauradas duas CPIs relacionadas a manipulação de resultados e apostas online: uma no Senado e outra na Câmara dos Deputados, ambas já encerradas.

No Senado, está em andamento a CPI das Bets, cujo foco não está na manipulação de resultados no futebol, mas no impacto das apostas na vida da população, no uso de influenciadores para divulgar as plataformas e o possível uso da atividade para práticas criminosas.