Diretor-presidente do IBJR

Andre Gelfi: "O principal elemento dessa nova agenda regulatória são os dados que a gente vai extrair do mercado daqui para frente"

04-03-2025
Tempo de leitura 1:57 min

O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR), Andre Gelfi, esteve presente no SBC Summit Rio 2025, onde participou do painel “Tech Talk: Onde a Inovação Encontra a Regulação”, no dia 27 de fevereiro. Na discussão, o executivo disse ver com bons olhos a regulamentação brasileira e destacou a exigência do reconhecimento facial para o acesso do apostador às bets como um diferencial.

“O Brasil, de fato, traz alguns componentes para esse mercado regulado que são inéditos. O reconhecimento facial é algo trivial para o brasileiro, mas, para a nossa indústria, é absolutamente novo”, declarou.

Na visão de Gelfi, o fato de a regulamentação brasileira ter apenas dois meses de vigência dificulta que se tenha uma análise completa do que precisa ser aprimorado no processo. 

“Mas, baseado no que a gente viu lá atrás, as dinâmicas abusivas e conhecendo a regulamentação, a gente vai ter dificuldade de trabalhar a questão da publicidade, principalmente nas plataformas, os influencers, o conteúdo orgânico, acho que ainda parece solto. Me parece que a gente tem aí o calcanhar de Aquiles”, opinou. 

Também sinto falta, na regulamentação brasileira, de alguma menção aos fornecedores de jogos. Eu acho que isso também poderia ser um caminho para a gente tratar da canalização. Mas estamos, de maneira geral, bastante otimistas com o que a gente já tem. Acho que o principal elemento dessa nova agenda regulatória são os dados que a gente vai extrair do mercado regulado daqui para frente”, acrescentou.

Questionado durante o painel sobre quais modelos de regulamentação poderiam ser vistas como exemplos positivos, o executivo citou os aplicados na Inglaterra, Itália, Dinamarca e Espanha.

E a gente tem mercados recentes que também impressionam pela modernidade, pela forma como estão estruturados, como por exemplo, o mercado de Ontário, no Canadá”, disse Gelfi.

Logo após o encerramento do painel, em uma rápida entrevista ao Yogonet, o diretor-presidente do IBJR afirmou que vê o Imposto Seletivo como uma cobrança “que não corresponde”.

O Imposto Seletivo, apelidado de "imposto do pecado", foi aprovado em 2024 como parte da regulamentação da reforma tributária e irá incidir sobre produtos considerados nocivos para a saúde e meio-ambiente, incluindo álcool, cigarros e apostas na modalidade física e online. Ainda sem alíquota definida, o Imposto Seletivo deve entrar em vigor a partir de 2027.

“O Imposto Seletivo incide sobre um imposto que nós já pagamos, que são os 12% de contribuição social. Infelizmente, o nosso pleito não foi acatado e agora a gente vai trabalhar para mitigar o impacto que isso vai ter na competitividade do nosso negócio. A gente não pode esquecer que o imposto é uma das principais alavancas determinantes de sucesso da nossa indústria regulada. Se a gente aperta demais os impostos, você dificulta a canalização do mercado e pode terminar, inclusive, arrecadando menos”, afirmou.

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