Ouvidos pela CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado nesta quarta-feira, 11 de dezembro, o empresário Ede Vicente Ferreira Junior e o presidente da Federação de Futebol do Distrito Federal, Daniel Vasconcelos, negaram envolvimento com qualquer irregularidade no futebol. A informação é da Agência Senado.
Ferreira Junior é investigado na Operação VAR por ser o treinador do Nova Cidade em uma partida contra o Belford Roxo em junho, pela série B sub-20 do Carioca, com alto volume de apostas na Ásia e a suspeita da manipulação do resultado.
Ele disse não ter nenhum conhecimento sobre apostas no jogo, que tentou fazer mudanças para evitar a derrota mas não adiantou - o alto número as apostas no continente asiático palpitaram que o Nova Cidade ganharia o 1º tempo, mas que o Belford Roxo viraria no fim, exatamente o que aconteceu.
"Eu não posso aqui, sem provas, acusar ninguém; a gente vê algumas situações, dentro de algumas partidas, em que acontece isso; aconteceu, a gente viu aí, com o Botafogo no ano passado; ele ganhando de 3 a 0, tomou o 4 a 3; mas claro que a gente não espera que isso aconteça com a gente, mas infelizmente isso aconteceu lá dentro desse jogo", disse aos senadores.
Ele confirmou que conheceu pessoalmente William Rogatto, apontado como responsável por manipular resultados de partidas de futebol. Disse que recebeu uma transferência bancária de R$ 3,5 mil de Rogatto, um mês antes da partida. Segundo Ferreira Junior, era um empréstimo informal, apenas para que pudesse resolver problemas pessoais.
Assista à reportagem da Agência Senado sobre seu depoimento:
Distrito Federal
Já Vasconcelos foi citado no explosivo depoimento de William Rogatto na CPI, em outubro, como um dos envolvidos em esquemas relacionados à manipulação de jogos e à facilitação de práticas ilícitas no futebol do Distrito Federal. O senador Romário (PL-RJ) explicou que essas denúncias foram encaminhadas à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após investigações realizadas pela Operação Fim de Jogo, e disse que Rogatto ainda afirmou à CPI que Vasconcelos teria sido quem mais o ajudou.
Mas o dirigente afirmou que não conhece Rogatto e que nunca conversou com ele, ao contrário do que o empresário teria dito à CPI. ''Nunca vi na minha vida e nunca recebi uma ligação sequer desse cidadão. Pelo contrário, ele tentou me prejudicar, inclusive em coisas pessoais com a minha família também'', declarou.
Vasconcelos ainda afirmou que sofre ameaças desde 2021, e que tem documentos e comprovações sobre a veracidade de seu testemunho.
Assista à reportagem sobre o seu depoimento: