Casas de apostas impulsionam contratos

Valores de patrocínio de Corinthians, Flamengo e São Paulo crescem 180%

26-01-2024
Tempo de leitura 1:42 min

Somados os valores dos novos patrocínios master de Corinthians, Flamengo e São Paulo com casas de apostas, o montante total quase triplicou em relação aos contratos de 2023. Os acordos saltaram de R$ 91 milhões para R$ 255 milhões por ano, segundo cálculos do jornalista Rodrigo Mattos, em sua coluna no UOL.

O maior crescimento foi do Corinthians, que deixou de ganhar R$ 22 milhões por ano da Neoquímica e passará a receber R$ 120 milhões da VaideBet, em um contrato que chega a R$ 370 milhões em três anos (considerando aí o acréscimo de R$ 10 milhões em luvas). 


Camisa do Flamengo com a Pixbet como patrocinadora master (imagem: Marcelo Cortes/CRF)

Já o Flamengo assinou com a Pixbet (R$ 85 milhões por ano contra R$ 45 milhões do patrocinador anterior) e o São Paulo fechou com a Superbet (R$ 50 milhões contra R$ 24 milhões do contrato anterior).

A coluna do UOL foi ouvir um especialista no assunto para saber se esse grande crescimento de valores tende a se estender a todos os clubes. “É mera matemática. Se você tem um público nacional, você tem muita torcida para converter. O impacto em clubes regionais junto a esses torcedores, e na sua base de sócios, é consideravelmente reduzido. Estou falando de audiência de TV, como tem Flamengo, Vasco. Não adianta achar que vai ter a alavancagem desses clubes. Não vai ser tão agressivo (um patrocínio de casas de apostas)”, analisou Bernardo Pontes,  sócio da Alob Sports, que negocia patrocínios esportivos.

Na opinião de Pontes, a regulamentação das apostas pode promover uma redução do mercado. O motivo: ele considera que muitas empresas não conseguirão pagar R$ 30 milhões pela outorga. Isso pode acabar reduzindo a oferta de patrocínios no futebol.

“Tem 300/500 empresas operando sem regulamentação. Estamos falando de 40 clubes Série A e B. Esse número de empresas vai cair para 80/100. Nem todas terão capacidade para patrocinar clube de futebol. Alguns clubes vão ficar com espaço liberado”, analisou.

Pontes declarou ainda que “a gente vai saber em um ano, um ano e meio, se o investimento da primeira linha permanecerá nesta ordem de grandeza. A partir do mercado que regulamentar, vai ter menos empresas atuando. Menos empresas, mais oferta de clube. Sendo assim, o cenário mais previsível é de que a loucura atual de patrocínios de casas de apostas dure pelo menos o ciclo atual de contratos de clubes grandes. Depois disso, deve arrefecer”.

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