Alessandro Montenegro: "Somente sobreviverá se lotérica tiver bolões ou negocial"

O BNLData conversou com o empresário Alessandro Montenegro da Loteria Aldeota de Fortaleza (CE), que pelo terceiro ano consecutivo manteve a liderança nacional de venda de bolões das Loterias Caixa.

Bolões são apostas coletivas em que o valor do investimento e do prêmio são compartilhados entre os participantes. Essa modalidade é regulamentada pela Caixa Econômica Federal (CEF), sendo comum nas casas lotéricas, que têm autorização para comercializá-las.

Segundo o empresário, a questão de sobrevivência da rede lotérica passa pelos bolões ou negocial, pois a cada dia os serviços de pagamentos diminuirá mais devido ao crescimento do mundo digital.

Para o empresário, a liderança é resultado de uma série de estratégias que diferenciam a Loteria Aldeota de outras casas lotéricas. Os bolões de altas dezenas têm sido uma escolha atraente para os apostadores, pois proporcionam maiores chances de ganhar. Outro diferencial é que a Loteria Aldeota possui um modelo de vendas proativo, através da atuação de 50 colaboradores e motoboys que oferecem a comodidade de entregar os bolões no endereço do cliente, em Fortaleza e Região Metropolitana ou o endosso do bilhete (o bilhete é registrado com nome e CPF do cliente e guardado no cofre).

Perguntado se é feliz como empresário lotérico o empresário respondeu de pronto “Gosto muito do que faço e sou muito realizado hoje com uma empresa que era pequena e hoje faz três anos que somos a número 1 do Brasil. Conheço a maioria dos nossos clientes e nossa satisfação é pagar prêmios”. Confira os principais pontos da entrevista:

Qual a importância de conquistar pelo terceiro ano consecutivo a liderança nacional de venda de bolões?

Ficamos muitos felizes com esse reconhecimento do nosso trabalho árduo. Trabalhamos de domingo a domingo e sempre com foco principal em nossos clientes. Esses títulos reforçam a credibilidade de nosso trabalho.

Quantos anos vocês investiram para conquistar essa performance?

A Loteria Aldeota vai completar 18 anos esse ano, mas o trabalho com especialização em vendas de bolões de altas dezenas e atendimento de forma digital com o cliente começou em 2019.

Qual o valor total de prêmios que a sua unidade já pagou e qual foi o maior prêmio?

Já pagamos mais de R$ 130 milhões dentre todas as premiações. E já pagamos quatro prêmios principais de loterias. O maior foi no concurso 2237 da Mega-Sena que pagamos mais de R$ 105 milhões para 35 apostadores, que ficaram milionários. Os três demais prêmios foram todos da Lotofácil nos concursos 1329, 2230 e 2812, que somados atingem cerca de R$ 3 milhões. Todos os nossos prêmios principais foram através de bolões.

Quantas pessoas trabalham na sua Unidade?

Temos no total cerca de 50 colaboradores entre as nossas duas lojas físicas e nossa central de vendas.

Quantas terminais financeiros lotéricos você tem instalado em sua Unidade?

Seis terminais na loja da Aldeota e cinco na do Shopping RioMar Kennedy em Fortaleza (CE).

Qual a operação que é mais rentável: loterias ou serviços financeiros?

No nosso caso a venda de bolões das Loterias Caixa representa cerca de 90% do nosso faturamento.

Qual a receita do sucesso da Lotérica Aldeota?

Os três principais pilares são: atendimento com comodidade ao cliente, bolões com altas dezenas e comunicação estratégica.

Nós cuidamos do cliente. Primeiro, ensinamos os jogos e no período dos sorteios convidamos os clientes a apostarem com comodidade e após os sorteios passamos informações dos resultados. Então fazemos o antes, durante e o depois. E o nosso cliente se sente prestigiado. Vendemos um produto diferenciado que é o bolão de alta dezenas, que tem muito mais chance de ganhar. Fazemos toda a nossa comunicação de maneira estratégica por diversos canais (TVs, rádios, jornais, redes sociais, etc…)

Por que os clientes confiam que a lotérica será fiel depositária dos bilhetes de suas apostas?

Sempre temos total transparência com o cliente explicando as regras de como funciona as Loterias Caixa e os bolões oficiais Caixa. Além disso, quando pagamos o prêmio milionário da Mega-Sena em 27 de fevereiro de 2020, que foi um Bolão para 35 participantes ao custo de R$ 100,00, tínhamos no cofre da empresa sete bilhetes dos bolões e todos foram entregues aos seus donos. Muitos clientes sabem da nossa história e temos muita responsabilidade em guardar R$ 22 milhões no nosso cofre.

Eu e meu filho Lucas gravamos diariamente e conversamos com nossos clientes mostrando nosso rosto com toda transparência e sem medo, pois trabalhamos corretamente e honestamente.

Caso seja desejo do cliente vocês têm logística para entregar os bilhetes das apostas?

Sim. Temos cinco motoqueiros fixos na nossa empresa e quando estamos com muitos acumulados temos mais cinco motoqueiros freelancers. Para clientes de outro estado em campanhas especiais enviamos o comprovante da aposta através de Sedex dos Correios.

Além dos clientes do Ceará, qual o percentual de clientes de fora do estado? Além do Brasil vocês tem clientes no exterior?

Vendemos em média 50% para clientes do nosso estado e 50% para clientes de fora do estado, desses cerca de 5% é de fora do país, geralmente são brasileiros que moram no exterior em países como Argentina, Portugal, Estados Unidos, Itália, Suriname, etc…

Quantos clientes vocês têm cadastrados?

Temos cerca de 25 mil clientes em nossa base de dados.

Qual a principal forma de pagamento dos bolões pelos clientes?

Pix.

Para atingir essa performance, vocês investem muito no marketing. Quais as principais estratégias que vocês utilizam?

Sim. Tentamos chegar por diversas maneiras em nossos clientes, trabalhamos com diversos programas de rádios e televisão, também temos dezenas de influencers e trabalhamos nossas redes sociais, principalmente Instagram e YouTube com conteúdos estratégicos. De segunda a sábado por exemplo gravamos um programa ao vivo na ‘TV Loteria Aldeota’, nosso canal do YouTube a partir das 11 horas da manhã para falar com nossos apostadores. Toda a nossa equipe de atendentes mantém contato constante com nossos clientes pelo WhatsApp.

Os empresários lotéricos vivem reclamando do ‘Negócio Lotéricas’, qual a receita para mudança deste cenário?

Após a pandemia os clientes querem comodidade, então unidade lotérica tem que ir atrás do cliente em casa e não mais como antigamente que as lotéricas estavam sempre cheias. A internet e mundo digital são um caminho sem volta. Do mesmo jeito, a maioria das pessoas compram praticamente tudo pela internet, pedem comida pela internet e as pessoas também querem comprar o bolão lotérico da mesma maneira.

Como você enxerga o futuro da rede lotérica para que o ‘Negócio Lotéricas’ seja rentável?

Somente sobreviverá se lotérica tiver bolões ou negocial, serviços de pagamentos cada dia diminuirá mais devido ao crescimento do mundo digital.

Por último, fica uma pergunta pessoal. Você é feliz como empresário lotérico?

Sim. Gosto muito do que faço e sou muito realizado hoje com uma empresa que era pequena e hoje faz três anos que somos a número 1 do Brasil. Conheço a maioria dos nossos clientes e nossa satisfação é pagar prêmios.